O dia de Paulinho

Atendendo ao clássico de hoje, o jogo de ontem era muito importante para o Sporting, que ganhando ficava de cadeirinha em casa à espera do resultado no Dragão, mas para isso era fundamental ultrapassar um Portimonense que está a fazer uma época positiva e tem uma boa equipa.

Paulo Sérgio estabeleceu um plano de jogo com quatro defesas para os três avançados do Sporting, mais dois laterais para taparem os alas leoninos e três médios que permitiam alguma superioridade numérica no miolo, deixando Fabrício sozinho na frente.

A estratégia passava por nunca dar espaços nas costas da linha defensiva que chegava a ser formada por seis elementos e aproveitar a velocidade e alguns jogadores e a qualidade de passe de Nakajima, para tentar surpreender os Leões.

Pode-se dizer que a coisa até estava a funcionar bem, pois o Sporting teve algumas dificuldades em ultrapassar a muralha algarvia e o Portimonense conseguiu chegar com perigo à baliza de António Adán duas ou três vezes antes de lhe sair o prémio, num lance onde Matheus Reis foi algo infeliz.

Pairaram em Alvalade as nuvens negras daquelas noites em que tudo corre mal, um cenário que se tornava ainda mais preocupante quando se olhava para o banco e se viam dois guarda redes, um juvenil, dois juniores, dois jogadores da equipa B que ainda não se tinham estreado pela principal, para além de Daniel
Bragança
 e Tiago Tomás.

Mas este Sporting não se assusta nem atrapalha com estas limitações e Rúben Amorim foi à luta com o que tinha, abdicando do médio mais defensivo e lançando Geny Catamo na posição de ala direito, ao mesmo tempo que a equipa acelerava em direção à baliza de Samuel, encostando o Portimonense às cordas.

É verdade que a expulsão, que diga-se não merece qualquer tipo de discussão, ajudou, mas ela foi também fruto da pressão e da intensidade do jogo imprimidas, que iam desgastando os jogadores adversários obrigando-os a sucessivas perdas de tempo e forçando alguns erros que estiveram na origem da merecida reviravolta.

Esta foi a noite de Paulinho, mas desenganem-se aqueles que esperam que ele agora desate a marcar golos. Paulinho nunca foi um grande goleador e não é agora, quase aos 30 anos, que vai sê-lo, mas é um avançado sério que dá muito à equipa, acima de tudo porque dá aquilo que o treinador quer.

Assim o ano terminou da melhor forma para os Sportinguistas, que depois de festejarem mais um troféu no Futsal, ainda por cima abrilhantado por uma goleada, saborearam uma vitória condimentada por uma boa exibição de uma equipa que está cada vez mais segura de si e tiveram para sobremesa  a azia de gente como o impagável comentador de arbitragem da SportTV.

Um bom ano para todos e que para Rúben Amorim seja realmente ainda melhor do que 2021.

Comentários