Chama-se a isto uma inversão total dos factos, da parte de um homem que vive numa realidade paralela, pois que eu saiba foram os Sportinguistas que decidiram, não só que não o queriam ter nem mais um minuto como líder do seu Clube, como também resolveram expulsá-lo de sócio, depois dele se ter agarrado ao cargo como uma lapa à rocha. Ou seja, ele foi despachado pela namorada de uma forma desnecessariamente humilhante e agora que a vê feliz com outro, vem dizer que não quer nada com ela. É a chamada dor do corno.
O pior é que estamos a falar de um individuo desequilibrado cujas palavras nada valem, ou não tenha sido ele a garantir que iria rasgar o cartão de sócio e que nada mais queria com o Clube, para depois continuar por aí a alimentar a sua pequena corte de seguidores.
No Sporting há um bom exemplo de um Presidente que saiu sem fazer ruído porque pura e simplesmente não queria ter mais nada a ver com o Clube, chama-se José Eduardo Bettencourt, mas esse de certeza que não precisava do Sporting para viver bem. Infelizmente neste caso vamos ter de continuar a levar com as bojardas do Bruno, sempre que ele tiver um daqueles momentos de devaneio que o afetam regularmente.
Tudo isto é triste porque Bruno de Carvalho desempenhou um papel muito importante num momento
difícil da vida do Sporting, que tinha um PER em cima da mesa numa altura em que a Direção de Godinho Lopes se preparava para retalhar a SAD a preços de saldo. O Bruno não só salvou o Sporting dessa desgraça, como acordou a nação leonina que estava completamente anestesiada por 18 anos de "roquetismo", conseguindo graças ao seu dinamismo voltar a fazer-nos acreditar, enchendo as bancadas, reativando o ecletismo, realizando bons negócios e deixando obra feita como o Pavilhão João Rocha e a Sporting TV. Faltou-lhe apenas ganhar o tal Campeonato de Futebol e foi isso que o começou a matar e trouxe ao de cima as suas incapacidades, que aqui e ali já se iam revelando.
Bruno de Carvalho é um homem totalmente autocrático, completamente incapaz de reconhecer erros, ou de ouvir os outros e muito menos de conviver com o insucesso, que é algo que faz parte do mundo da alta competição. Depois da sua esmagadora reeleição sentiu-se mais do que o dono do Sporting, parecendo mesmo estar convencido do que o Sporting era ele, pelo que da famigerada Assembleia Geral que visava calar, ou expulsar, os poucos sócios que não o apoiavam, até ao descontrolo total do pós Alcochete, não mais parou de demonstrar a sua total incapacidade para liderar um Clube como o Sporting, acabando por ser sujeito às humilhações de uma destituição e de uma expulsão, sem que ainda tenha percebido que mesmo que os seus inimigos tudo tenham feito para o derrubar, o principal culpado da sua estrondosa queda foi ele mesmo e a sua loucura autocrática.
Por isso o Bruno que para mim foi em tempos uma lufada de ar fresco e uma enorme esperança de um futuro melhor para o Sporting, tornou-se numa gigantesca deceção, pelo que muito gostaria que ele seguisse o exemplo do Bettencourt e pura e simplesmente desaparecesse do mapa verde e branco, de forma a que no futuro nos pudéssemos lembrar das boas heranças que deixou, em vez continuarmos a levar com o ódio e as guerras autistas e perdidas que ele continua a alimentar. Infelizmente duvido que alguma vez isso venha a acontecer, pelo que esta ferida vai continuar aberta por mais alguns anos.
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