O fecho do mercado


Finalmente fechou o mercado uma calendarização que urge corrigir no sentido de tal acontecer antes do inicio oficial da época desportiva, o que naturalmente não agrada a quem continua a enriquecer neste baile das transferências onde rolam milhões sem que nunca se saiba bem para onde vão, de tal forma que os clubes continuam falidos.

Desta vez o Sporting saiu-se bem e no fim a Direção lá conseguiu um encaixe financeiro substancial que garante o equilíbrio das contas, ao mesmo tempo que segurou a espinha dorsal da equipa, tal como era o desejo do treinador.

A saída de Nuno Mendes estava planeada, pois à partida tratava-se do jogador com mais mercado, pelo que desde logo a sua substituição foi assegurada com a contratação de Ruben Vinagre que já mostrou ser capaz de dar conta do recado, havendo ainda como alternativas para o lugar, Matheus Reis e Ricardo Esgaio, sem esquecer o jovem Flávio Nazinho que fez a pré época com a equipa principal e no qual o treinador parece acreditar. 

A confirmarem-se as notícias foi um negócio excelente, com o Sporting a receber 7 milhões à cabeça, mais 40 milhões garantidos por objetivos de fácil concretização e o empréstimo de Pablo Sarabia por uma época, sem nenhum encargo salarial, o que significa um custo de 3,8 milhões para o PSG, o que faz com que o valor total desta transferência ultrapasse os 50 milhões de Euros mais 10% de uma hipotética futura transferência, o que é realmente notável atendendo ao momento que se vive e até ao facto de Nuno Mendes ser apenas um jovem muito prometedor em início de carreira.

Por outro lado Pablo Sarabia é um jogador que está num patamar acima do que habitualmente temos no futebol português, pelo que esta foi talvez a maior surpresa desde mercado e agora espera-se que o internacional espanhol seja realmente uma mais valia para o Sporting, até porque se sabe que a sua principal motivação neste momento é jogar mais, para garantir um lugar no Mundial do Qatar, algo que com a chegada de Messi ao PSG não iria ser fácil para ele em Paris.

Com mais este avançado no plantel, o Sporting optou por emprestar Gonzalo Plata e Joelson Fernandes, dois jovens muito prometedores mas que nunca conseguiram convencer Rúben Amorim pelo que dificilmente iriam ter oportunidades. Pelo que se diz saem ambos com clausulas de compra fixadas em 10 milhões de Euros, um valor realista para jogadores que ainda não se afirmaram, embora possa vir a ser considerado curto se conseguirem explodir.

Joelson Fernandes vai por duas temporadas podendo ser recuperado no final da primeira e julgo que o Basileia é uma boa solução para ele, que assim poderá jogar nas competições europeias e num campeonato médio, numa altura em que era evidente a sua desmotivação na Equipa B do Sporting. Já em relação ao equatoriano não me parece que a 2ª liga espanhola seja o melhor lugar para evoluir, mas o mercado é o que é, e o Sporting não pode obrigar nenhum clube a aceitar as condições de empréstimo que se impunham para este jogador. Resta-nos esperar que ambos sejam felizes.

Finalmente há a referir o ligeiro acerto que foi feito na baliza com a chegada de João Virgínia para render um Luís Maximiano que compreensivelmente pediu para sair para poder jogar. Os valores envolvidos nestes negócios são residuais e para um jovem guardião tão prometedor como o Max, até me parecem curtos, mas julgo que o facto do Sporting os ter aceito, revela não só alguma compreensão para com o jogador, mas principalmente que a fezada para o futuro da baliza leonina está depositada em Diego Callai.

Na minha opinião neste plantel falta mais um defesa, que teria de ser para entrar direto no onze, pois parece-me que ter como alternativas ao trio titular, apenas Luís Neto e Matheus Reis, é curto, até porque foi o próprio treinador a afirmar que queria dois jogadores para cada lugar e para além disso não se vê nos escalões abaixo ninguém que esteja pronto para dar o salto.

Há ainda o caso de João Palhinha que é filho único neste plantel, pois Dário Essugo ainda é Juvenil, a não ser que Manuel Ugarte consiga fazer o lugar, mas eu não conheço muito bem este uruguaio. De qualquer forma a continuidade do nº 6 leonino foi sem dúvida a melhor notícia que Rúben Amorim poderia ter tido neste fecho de mercado, pois trata-se sem dúvida do jogador mais difícil de substituir neste plantel.

Fica assim fechado o quadro de jogadores e pela primeira vez desde há muitos anos parece haver uma estratégia clara e uma programação atempada por parte de um treinador que sabe muito bem o que quer e de uma Direção que está em total sintonia com ele. Resta-nos esperar que os resultados continuem a dar-lhes razão.




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