Empate justo


O Sporting voltou a empatar em Famalicão, naquela que terá sido a pior exibição desta temporada da equipa de Rúben Amorim, que falhou especialmente naquela que é a sua maior arma: a boa organização defensiva, de tal forma que não tivesse sido a excelente exibição de António Adán, nem um pontinho os Leões teriam trazido do Minho.

Para além disso em termos ofensivos Paulinho continua a não acertar com a baliza e Pedro Gonçalves voltou a ter uma noite desinspirada, enquanto de Jovane Cabral se pode esperar o melhor e o pior e o banco não é assim tão rico quanto isso, pelo que a necessidade de contratar mais um avançado vai continuar a pairar sob a cabeça de um treinador que já disse que é com estes que vai à luta.

E desta vez até a famosa estrelinha de Rúben Amorim falhou, ela que poderia ter brilhado se Nuno Santos tivesse acertado na baliza em vez de atirar ao poste, ou mesmo nos últimos instantes do jogo que tantas vezes sorriram ao Sporting na época passada.

Mas voltando ao início, este jogo também ficou marcado por uma arbitragem que aos 14 minutos já tinha mostrado 4 cartões amarelos, todos eles perfeitamente escusados, especialmente o de João Palhinha que condicionou o nº 6 do Sporting, que no lance do golo do Famalicão teve de se encolher para não ser expulso e que à beira do fim devia ter visto o segundo amarelo, mas aí foi a vez do árbitro se encolher. 

Os cartões são para se mostrar independentemente do minuto em que as respetivas infrações se verificam, mas o que Fàbio Veríssimo fez foi condicionar a agressividade natural dos jogadores de uma forma desnecessária, o que acabou por limitar um dos trunfos desta equipa do Sporting, que é a intensidade na reação à perda da bola. É claro que o critério foi igual para os dois lados, mas não teve sentido nenhum e no fim o próprio árbitro acabou por recuar para não expulsar ninguém.

Este critério apertado também condicionou as substituições, com Ricardo Esgaio a ser a primeira vítima disso mesmo e o golo do Famalicão aconteceu quando Rúben Amorim já preparava mais duas alterações que eu adivinhava que implicariam as saídas de Nuno Mendes e João Palhinha, os outros dois amarelados, algo que nenhum jornalista teve a clarividência de confirmar com o treinador leonino no final do jogo. Assim ficámos sem saber o que ele preparava.

A perder Rúben Amorim teve de mudar de estratégia e foi fazendo as alterações habituais, colocando jogadores mais ofensivos, mas mantendo o seu esquema de jogo e na minha opinião correu muitos riscos ao colocar Nuno Mendes na defesa e ao manter João Palhinha em campo, embora aqui tenha sido premiado com um golo, mas não fosse a boa vontade do árbitro, o Sporting tinha acabado com 10 jogadores em campo.

Foi pena que as substituições não tivessem sido um minuto antes, pois seguramente o jogo teria sido diferente e tenho praticamente a certeza de que Nuno Mendes não estaria em campo para meter a bola na sua baliza, mas o futebol é assim e no final foi o que foi e o resultado é justo.


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