O plantel 2021/22


A bola já rola em Alcochete mas nos tempos atuais os planteis só ficam realmente definidos depois do fecho do mercado, o que por incrível que pareça acontece já com as épocas em andamento, no caso português já com um mês de competição.

Desta vez para variar temos a garantia de um treinador com ideias bem definidas, que foi logo avisando que estava muito satisfeito com o grupo da época passada, pelo que as contratações seriam essencialmente para colmatar lugares deixados em aberto por eventuais vendas e outras saídas e, sempre apontando para nomes que se integrassem na ideia de jogo por ele introduzida com o sucesso que se conhece, caso contrário a aposta na formação seria sempre uma solução já com provas dadas.

Para além disso consta que Rúben Amorim terá pelo menos pedido para que tudo fosse feito no sentido de segurar uma espécie de espinha dorsal formada por Sebastián CoatesJoão Palhinha e Pedro Gonçalves, mas todos sabemos que os clubes portugueses não conseguem aguentar os seus melhores valores quando surgem ofertas gordas, que para além de ajudarem a equilibrar as contas, viram a cabeça aos jogadores. No entanto até agora o plano está a ser cumprido.

Para já a SAD leonina conseguiu compensar a saída de João Pereira que pendurou as botas, com mais uma  contratação que o treinador sempre desejou, mesmo que para isso tenha desembolsado valores que me parecem excessivos por um jogador como Ricardo Esgaio

Para além disso foi assegurado o empréstimo de Ruben Vinagre, o que também me parece uma medida acertada, pois há uma forte convicção de que Nuno Mendes mais tarde ou mais cedo vai ser outro a dar o salto para um patamar superior, pelo que assim haverá tempo para se perceber se este Vinagre tem tempero suficiente para o Sporting.

No que diz respeito a saídas, tudo indica que João Mário vai mesmo atravessar a 2ª circular e, parece óbvio que aquele que foi um pêndulo no meio campo do Campeão, não é imprescindível para Rúben Amorim, pois se fosse já a sua continuidade estaria assegurada. Assim parece que o treinador confia por inteiro nas capacidades de Matheus Nunes e Daniel Bragança para fazerem esquecer João Mário.

Para além disso tudo indica que virá Ugarte, um jogador em que sinceramente nunca reparei e nem sei bem quais as suas características, mas na minha opinião, mais do que um substituto de João Mário, o que seria importante era encontrar uma alternativa a João Palhinha, embora aqui também pareça que o treinador acredita muito nas enormes potencialidades de Dário Essugo.

O que mais me intriga é que não se fale da vinda de um defesa daqueles para entrar de caras na equipa, pois não estou completamente convencido de que Zouhair Feddal seja jogador para atuar num patamar acima, e no banco não se vislumbram alternativas fortes, a não ser que Eduardo Quaresma volte a ser aposta firme, mas mesmo assim e por mais valor que reconheça a este miúdo, parece-me juventude a mais no sector recuado da equipa onde Gonçalo Inácio foi a grande revelação da temporada anterior. 

Já na linha da frente não faltam alternativas para jogar nas posições interiores, mas no lugar de ponta de lança já não é bem assim, pois Paulinho praticamente não tem concorrência. No entanto este é o segmento do mercado onde é mais complicado e caro fazer negócios, pelo que não me espanta a oportunidade dada a Pedro Marques, que me parece um jogador com potencial, pelo menos para consumo interno, o que a juntar a Tiago Tomás, pode ser suficiente.

Finalmente no que diz respeito à baliza confesso que António Adán foi uma agradável surpresa e que até tive algumas reservas em relação à sua contratação, na medida que podia travar a evolução de Luís Maximiano, o que de facto aconteceu, mas a verdade é que a experiência do espanhol acabou por ser importante em alguns momentos, que até foram decisivos.

Quanto aos miúdos que tem tido a oportunidade de trabalhar com Rúben Amorim nesta pré-época, confesso que para mim a maior surpresa foi o nome de Flávio Nazinho, embora também não conheça muito bem este jogador, mas para a ala esquerda já há gente a mais, pelo que vejo esta chamada como uma espécie de incentivo a um jovem no qual o treinador terá reparado por algum motivo. Tiago Ferreira também não deverá ser uma aposta imediata, mas este não há duvida de que tem evoluído muito. Noutro patamar já está Bruno Paz que ou entra agora no plantel, ou então mais vale arranjar um clube onde possa jogar a um nível mais elevado do que a 3ª Liga. Há ainda o miúdo que veio do Porto e Geny Catamo, a surpresa de última hora, que devem continuar a rodar nas equipas dos escalões abaixo.

Finalmente temos aqueles que na minha opinião são as duas maiores promessas da Academia: Joelson Fernandes e Diego Callai. O primeiro não conseguiu dar o salto que se esperava na época passada e nem teve direito a um só minuto na equipa principal, mas agora volta a ter a sua oportunidade, vamos a ver se é desta que se desinibe e mostra todo o seu valor. O segundo ainda é júnior de 1º ano e faz 17 anos daqui a dias, tendo já sido o guarda redes mais utilizado na equipa de sub23, ou seja, a jogar três escalões acima do seu. Se continuar a evoluir e a queimar etapas, poderá até fazer alguns jogos na 3ª Liga, onde irá conviver com o futebol sénior, passando a discutir a posição de terceiro guarda redes do plantel principal, mas vejo-o talhado para altos voos e quem sabe se teremos aqui mais um na linha de grandes nomes como Cipriano, Azevedo, Carlos Gomes, Damas e Rui Patrício.

Assim, para já e não podendo emitir uma opinião sobre o tal Ugarte, que ao que tudo indica virá mesmo, as movimentações neste mercado parecem-me corretas dentro do principio imposto pelo treinador que não quer mexer muito numa equipa ganhadora e só aceita contratações com a sua marca, uma política inteligente e avisada, mas não posso deixar de insistir na tecla de que mais um bom defesa dava muito jeito. No entanto Rúben Amorim tem créditos mais do que suficientes para que eu diga que ele é que sabe.

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