Silas a selecionador


Tal como se esperava Fernando Santos não mexeu na equipa que ganhou o primeiro jogo, o que até se compreende, e de certa forma o empate da França em Budapeste veio dar razão ao nosso selecionador, pois afinal os Campeões do Mundo não só também tiveram muitas dificuldades perante a Hungria, como nem sequer conseguiram ganhar.

O que já não se percebe é como é que Portugal esteve um pouco mais de uma hora sempre a levar na mesma vista, sem que ninguém marcasse o até aí mais ou menos desconhecido Gosens. Tinha Cristiano Ronaldo acabado de marcar um golo verdadeiramente notável para um atleta de 36 anos e já Silas do alto da sua cadeira de comentador nos explicava por onde é que a Alemanha estava a entrar na nossa defesa e o que é que deveria ser feito para acabar com a brincadeira.

Não sei se o banco português só percebeu que Gosens estava sempre sozinho no lado esquerdo depois de Portugal estar a perder, ou se foi Bernardo Silva que não entendeu que tinha de ajudar a defender aquele lado, pois o Semedo foi obrigado a fechar por dentro, mas o que é certo é que depois do intervalo o craque do City ficou no banco, só que Renato Sanches fez exatamente a mesma coisa que ele em relação ao ala germânico, ou seja, nada.

Fernando Santos resolveu então recorrer a Rafa, e é verdade que o avançado do Benfica se aproximou de Gosens, mas foi só para vê-lo mais de perto, pelo o que nos valeu mesmo foi que o selecionador alemão resolveu tirar o pé e começou bem cedo a pensar no próximo jogo, o que até lhe poderia ter custado caro se o poste não tivesse defendido aquele tiraço do Renato, o que diga-se a verdade teria sido uma enorme injustiça para uma equipa que foi sempre muito melhor do que Portugal.

Outra coisa que não se entende é porque é que Portugal pura e simplesmente nunca conseguiu ter bola, o que seria a melhor forma de defender perante um adversário como a Alemanha. Eu compreendo que Fernando Santos tenha optado por um bloco baixo, como agora se diz, e apostado no contra ataque, pois como se sabe temos gente para jogar assim, mas não se percebe que jogadores que quase todos jogam, ou já jogaram, nos melhores clubes da Europa, não consigam fazer mais do que dois ou três passes seguidos, ao ponto de até parecerem uma Hungria qualquer deste Europeu, de tal forma que o "velho" Ronaldo foi praticamente o único a jogar à Campeão da Europa, o resto parecia que estava tudo cheio de medo.

Tal como eu havia previsto, agora lá vamos ter de nos agarrar à calculadora, e vá lá que apesar do "azareio" que colocou a França e a Alemanha no nosso grupo, temos pelo menos a vantagem de sermos os últimos a jogar nesta fase, pelo que quando Portugal entrar em campo já saberá qual o resultado de que precisa para seguir em frente, o que tanto pode ser pelo menos um empate, ou até uma derrota por poucos, ou simplesmente esperar que a Hungria não ganhe à Alemanha, coisa que diga-se de passagem não parece muito provável, apesar da França ter passado o seu susto, ao mesmo tempo que nos complicava as contas.

Para já hoje dava jeito um empate entre a Turquia e a Suíça, ou pelo menos que os helvéticos não ganhem. Amanhã convinha que não houvesse um empate entre Ucrânia e Áustria, embora seja esse o resultado mais provável, e à noite esperemos que a Bélgica ganhe à Finlândia. Na terça feira um empate entre Croácia e Escócia dava um jeitão e antes de entrarmos em campo esperemos que a Polónia não ganhe à Suécia e como uma vitória da Eslováquia sobre a Espanha é altamente improvável, o melhor seria que "nuestros hermanos" começassem a acertar forte e feio nas balizas adversárias.

Como se vê são contas e mais contas que ficariam muito simplificadas com uma vitória, ou pelo menos um empate, de Portugal frente à França, mas que bem podem acabar com um regresso prematuro a casa.

Comentários

  1. Como se verificaram quase todos os cenários favoráveis a Portugal, agora só se perdermos por mais de 3 golos de diferença é que seremos eliminados, esperemos que não aconteça nenhuma tragédia.

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