As explicações de Amorim


No final do "derby" de sábado a pergunta que todos os Sportinguistas queriam fazer a Rúben Amorim era porque carga de água ele resolveu deixar no banco dois titulares indiscutíveis, num jogo que apesar de já não contar para nada tinha uma carga simbólica importante e para o qual a equipa já estava amputada de outros dois elementos importantes, isto sem contar com Tiago Tomás que foi titular em 16 jogos deste campeonato e suplente utilizado em 13.

A resposta foi dada pelo treinador na conferência de imprensa depois do jogo, onde afirmou que mais importante do que os recordes era preparar os jogadores para confrontos com equipas do nível da Liga dos Campeões e chegou mesmo a dizer que o Daniel Bragança e o Matheus Nunes tinham de crescer a bem ou a mal.

A mim parece-me que infelizmente foi a mal que o treinador percebeu que para jogar na Liga dos Campeões é preciso escolher sempre os melhores, caso contrário arrisca-se a ser goleado que foi o que esteve quase a acontecer na Luz, o que seria uma humilhação para um Campeão que se preze.

O resultado da brincadeira foi que ao intervalo o treinador lá teve de recorrer aos titulares e a equipa conseguiu minimizar os estragos, de tal forma que por pouco que não chegava ao empate, muito graças ao estouro do Benfica que no entanto Jesus pôde atenuar refrescando a sua equipa com jogadores internacionais que no total terão custado cerca de 70 milhões de Euros, pondo a nu a diferença entre os dois planteis, que no entanto se esbate quando falarmos só de 12 ou 13 jogadores.

Eu não tenho dúvidas nenhumas de que Rúben Amorim é o grande obreiro deste título, pelo que lhe estarei eternamente grato, mas isso não me impede de criticar algumas das suas opções como foi por exemplo a aposta em Jovane Cabral para a posição de avançado centro no início da época, ou agora a escolha deste onze que ele mesmo teve de corrigir ao intervalo, e que a não ser que o treinador quisesse dedicar uma eventual vitória sem João Palhinha à srª deputada do CD, não fazia nenhum sentido.

E assim lá se foi a invencibilidade, os recordes e principalmente a possibilidade de calar a habitual fanfarronice do treinador benfiquista, já para não falar nas bazófias que todos nós poderíamos ter tido de aturar se a coisa toma o rumo que se chegou a prever.

Para terminar não posso deixar de dar uma palavrinha a um tal de Tiago Martins, que na minha opinião nem é um mau árbitro, no entanto tem aquilo que de pior pode ter um juiz de campo, pois trata-se de um habilidoso que inclina o terreno de jogo com a matreirice dos piores e mais experientes apitadores que eu já vi. Aos 77m quando marcou um penalti indiscutível por derrube a Pedro Gonçalves não havia outro caminho possível que não fosse a mostragem do 2º amarelo a Veríssimo, o que só não aconteceu porque o sr. árbitro não quis expulsar o defesa do Benfica. A prova disso mesmo veio alguns minutos depois quando entrou na lei das compensações ao poupar Nuno Mendes de uma expulsão tão evidente como a anteriormente descrita, para assim passar entre os pingos da chuva. De resto tudo isto apenas prova que eu tinha toda a razão quando escrevi aqui que em Braga "se em vez de um miúdo de 19 anos vestido de verde e branco, o jogador em causa fosse um Pepe ou, um Otamendi, a coisa teria ficado mesmo assim".

Enfim, para ser um bom árbitro não basta ter algum jeito para apitar, é preciso também ter coragem, verticalidade, carácter e sentido de justiça, tudo o que falta ao sr. Martins, como de resto já se tinha vista na Final da Taça da Liga.


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