Olha o melão


Há realmente qualquer coisa de diferente neste Sporting e os Sportinguistas traumatizados por anos a fio de desventuras que até parecia que só nos aconteciam a nós, não estão habituados a esta tranquilidade com que a equipa de Rúben Amorim parece encarar todos os jogos.

Ontem no Dragão o Sporting foi igual a si próprio, muito sólido defensivamente de tal forma que o FC Porto só teve duas grandes oportunidades para marcar, mais dois ou três remates com algum perigo, mas também foram notórias as habituais dificuldades para ter bola, o que naturalmente se agravou com o facto de do outro lado estar uma equipa forte que tentou sempre pressionar a saída de bola a partir da área, obrigando muitas vezes o Sporting a jogar direto na frente, onde falta peso para disputar as bolas longas com uma defesa possante.

A entrada de Matheus Nunes equilibrou a equipa e com um pouco mais de sorte poderia até ter sido um verdadeiro jackpot, mas convenhamos que o Sporting também não fez muito por isso.

No geral pode-se dizer que o Sporting teve o jogo quase sempre controlado cometendo poucos erros, mas jogou-se sempre no fio da navalha, o que me fez lembrar daquele jogo de 2005 em que o Sporting perdeu o campeonato a poucos minutos do fim com o famoso "golo paraty" de Luisão. Mas com Amorim essas fatalidades parece que se mudaram para o lado de lá e aquele falhanço de Taremi só me fez lembrar de um tal de Bryan Ruiz. Outros tempos.

Para o final estava guardada a parte melhor de um jogo que valeu mais pela emoção do que por outra coisa, pelo que o mais bonito foi ver os melões dos Sérgios dentro do tradicional mau perder portista. Um não viu a tranquilidade com que os Leões encararam um empate que noutros tempos seria realmente festejado como uma vitória, enquanto o outro se queixou dos 3 minutos de tempo extra que o árbitro deu e do pouco tempo de jogo útil, e de certa forma eu até lhe dou alguma razão, mais um minuto poderia ter sido o suficiente para o Sporting concluir com êxito o último ataque do jogo, e se Taremi, Marega, Conceição e companhia não passassem o tempo todo a mergulhar, talvez houvesse menos interrupções. Resumindo e concluindo, faltou o Soares Dias para assinalar o penaltizinho da ordem e eles estranharam.

Mais um teste da verdade foi ultrapassado, mas agora o jogo com o Santa Clara será fundamental para a equipa mostrar que não vai em cantigas de embalar e muito menos irá adormecer à sombra de uma vantagem que é confortável, mas que não permite tirar o pé, até porque de fininho o Braga já só está a 9 pontos e ainda vamos à Pedreira, pelo que se eles ganharem os próximos três jogos serão seguramente candidatos até ao fim.

 

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