Sem Palhinha, mas com Matheus

O Sporting ganhou por 1-0 ao Benfica, uma vitória que para além de cavar um impensável fosso de 9 pontos entre as duas equipas, constituí um extremamente importante acréscimo de confiança para os próximos jogos.

No entanto mais do que esta vitória sobre um clube que investiu 120 milhões de euros no reforço da sua equipa e foi buscar ao Brasil um treinador que prometeu arrasar e que ontem até resolveu alterar o seu modelo de jogo em função do adversário, o que me impressionou verdadeiramente foi a capacidade que este Sporting teve de jogar sem medo do seu todo poderoso rival, ao ponto de ter tido o jogo praticamente sempre controlado, pois raras foram a vezes que o Benfica conseguiu incomodar António Adán.

Para além desta excelente organização defensiva que já é uma imagem de marca do Sporting de Rúben Amorim, a equipa nunca deixou de ter os olhos na baliza adversária e foi sempre a mais perigosa em campo, pelo que o golo que chegou no momento ideal, não foi mais do que um merecido prémio para todo o grupo.

Como se tudo isto não bastasse o autor do golo da vitória foi nada mais nada menos do que o homem que rendeu João Palhinha no onze inicial e que realizou uma excelente exibição, merecendo inteiramente o prémio de "homem do jogo", embora toda a equipa tenha estado bem, especialmente os defesas e os dois alas, sem esquecer o incansável Tiago Tomás que com apenas 18 anos de idade tirou o juízo aos veteranos da defesa adversária.

Devo acrescentar que foi com alguma preocupação que vi a injusta suspensão de João Palhinha, um jogador com características impares no plantel leonino, embora este Benfica não seja propriamente uma equipa de combate, pelo que talvez a ausência do muro de betão do nosso meio campo não se tenha notado tanto assim.

Igualmente preocupante foi a utilização de João Palhinha, pois atendendo a tudo o que costuma girar à volta do futebol português, nada me espantaria se o Benfica tentasse ganhar fora de campo. Mas por enquanto vamos aguardar para ver se isto vai ficar assim. No entanto até aqui Rúben Amorim voltou a marcar pontos no balneário, mostrando que confia em todos e que não há intocáveis.

A nomeação do Soares Dias também não teve nada de tranquilizante, mas desta vez o homem pelo menos defendeu-se, embora aquele pisão de Gilberto a Nuno Mendes tenha ficado cirurgicamente impune, tal como as constantes porradas de Pizzi. Nada de especial comparando com aquilo a que estamos habituados.

Outra coisa que me começa, eu não diria a preocupar, mas antes a intrigar, é esta "estrelinha" que Rúben Amorim parece ter trazido para Alvalade. Já começa a ser de mais. Primeiro foi aquela roubalheira em Famalicão que deu no #Onde vai um vão todos. Depois foi o jogão no meio do temporal da Choupana. A seguir a vitória na Taça da Liga, mesmo sem falsos positivos. E agora depois do falso amarelo, esta excelente vitória sem espinhas, nem Palhinha, mas com Matheus de quem o Veríssimo e o CD se esqueceram, tal como o laboratório se tinha esquecido de Jovane Cabral.

Atendendo ao historial deste Clube, ou algo está a mudar, ou não tarda nada temos para aí um tiroteio dentro de casa, o que de resto continua a ser o sonho de muitos ditos sportinguistas e lá vão engolindo em seco e em silêncio estas vitórias, para descanso de todos os que colocam o Sporting acima de tudo.

Quanto ao resto, estou inteiramente com Rúben Amorim, isto é jogo a jogo e agora o pensamento tem de estar inteiramente virado para a Madeira, onde até temos contas a ajustar com o Marítimo.

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