O mercado de inverno


O mercado de inverno fechou e a "novela Paulinho" teve o final feliz que Rúben Amorim tanto ansiava, o que provocou muita comichão dentro e fora do Sporting, pois tratou-se da contratação mais cara da história do Clube.

13 milhões de Euros mais o passe de Borja e o empréstimo de Sporar, sem esquecer outras despesas associadas, devem colocar o custo real desta contratação à volta dos 20 milhões, um valor que realmente me parece exagerado por um jogador de 28 anos, que nem tem uma carreira tão extraordinária quanto isso, mas há sempre um mas, e este "mas" tem o nome do treinador do Sporting, que foi sem dúvida quem mais força fez por esta contratação, ele que é o grande obreiro deste surpreendente Sporting, pelo que ganhou o direito a pedir, ou quase exigir, este craque.

Com Paulinho o Sporting ganha um jogador diferente no ataque, que passa a ter finalmente a opção do jogo aéreo que tanta falta tem feito nos jogos contra adversários que se fecham com 8 ou 9 homens à frente da sua baliza. Não estou à espera que ele marque 30 golos por época, mas tem de faturar mais do que fazia no Braga e acima de tudo engrenar rápido numa equipa que está a funcionar muito bem no ataque, embora seja visível que falta ali peso.

Provavelmente Tiago Tomás vai passar a jogar menos tempo, mas neste último jogo com o Benfica já vimos o miúdo a descair para a direita e até fez um jogo muito bom, sempre a moer o juízo aos experimentados defesas adversários. Ou seja, podem jogar os dois quando for preciso.

Não há dúvida que Paulinho acrescenta qualidade e opções à linha da frente deste Sporting, pelo que não me parece que venhamos a ter muitas saudades de Sporar e só espero que o esloveno se dê bem em Braga, pois há sempre a possibilidade deles exercerem a cláusula de compra fixada em 7,5 milhões de Euros, que tonariam este negócio bem mais razoável.

Para além disso vieram Matheus Reis e João Pereira. Do brasileiro sinceramente pouco sei para além de que tem  a escola de um grande clube como é o São Paulo. Vem sem ritmo de jogo para substituir Borja e sem grandes custos, pelo que não há nada a apontar. É esperar para ver.

Quanto ao "ranhoso", trata-se de um profissional exemplar que pelo que se diz está destinado a integrar brevemente a estrutura técnica da formação. Para já será alternativa a Pedro Porro, um papel ao qual Gonzalo Plata nunca se adaptou. O equatoriano é um extremo puro à antiga, que não cabe neste 3x4x3 de Rúben Amorim. É pena pois parece-me um jogador com muito potencial, mas no ataque tem pelo menos 6 jogadores à sua frente e como ala vai ter de percorrer um longo caminho. Na minha opinião era emprestar a um clube com capacidade para pagar o que ele parece valer. Se pegar lá pode pelo menos dar lucro.

Num balanço final parece-me que o plantel ficou mais equilibrado, principalmente se Paulinho resolver mesmo o problema do ponta de lança. Quanto ao resto, neste momento olhando para o banco continuamos a não ter uma verdadeira alternativa a João Palhinha para a posição de trinco, enquanto na defesa também não abundam as soluções, embora Matheus Reis, à semelhança de Borja, também possa desenrascar numa linha de três defesas, isto sem esquecer que Gonçalo Inácio tem vindo a confirmar tudo o que Bruno Fernandes tinha visto nele.

Mas para os 18 jogos que faltam tem de dar, pois se deu para o Janeiro da verdade, também há-de dar para o Fevereiro sem Carnaval, mas com Paulinho.

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