Sem raça nem soluções

 


Depois da "Operação Madeira" que se traduziu numa vitória convincente sobre o Nacional e na dececionante eliminação da Taça de Portugal perante o Marítimo, este jogo com o Rio Ave era uma verdadeira prova de fogo para o Sporting, ainda por cima  numa altura em que o vírus voltou a atacar em Alcochete.

Uma vitória garantia o reforço da liderança numa jornada em que Benfica e Porto se defrontavam e aliviava o grupo da pressão das dúvidas em relação à capacidade desta equipa para se aguentar no Janeiro da verdade.

Por outro lado não ganhar este jogo seria a confirmação da falta de estofo de um plantel curto e com muita inexperiência à mistura, que poucos acreditam que poderá lutar pelo título até ao fim, embora uns quantos o exijam.

O resultado não foi aquele que os Sportinguistas queriam, mas o pior foi a forma como este jogo decorreu, mostrando um Sporting lento e sem soluções para ultrapassar uma equipa muito fechada, de tal forma que o primeiro remate á baliza foi aos 37m. De resto esta não foi a primeira vez em que ficaram à vista as dificuldades deste Sporting quando se depara com um autocarro à frente da baliza, até porque a opção do jogo aéreo é praticamente nula com estes avançados.

O golo que poderia ter desbloqueado o jogo surgiu no período final da 1ª parte, quando o Sporting conseguiu finalmente fazer tremer o Rio Ave, de tal forma que o 2-0 até poderia ter acontecido antes do intervalo, o que seria um resultado manifestamente exagerado para o pouco futebol produzido, com muitos passes para aqui e para ali, mas sem penetração.

De mal a pior é o que se pode dizer do início da 2ª parte, onde a equipa simplesmente se foi deixando encostar lá atrás pelo Rio Ave, e o empate chegou numa altura em que já se percebera que Gonzalo Plata, desde cedo limitado por um cartão amarelo, estava a ter algumas dificuldades, enquanto no meio campo João Palhinha não dava para tudo.

Rúben Amorim já estava a preparar as inevitáveis substituições mas demorou muito a reagir e já não foi a tempo, pois à segunda tentativa o Rio Ave empatou mesmo, num lance que começou com um livre a favor do Sporting que não vimos pois a realização estava a repetir uma falta sem interesse nenhum, mas o que é certo é que alguém perdeu a bola ainda no seu meio campo e a linha defensiva pouco rotinada falhou, com Cristián Borja a ficar para trás deixando Mané em jogo.

Ainda faltava meia hora e Rúben Amorim foi obrigado a mudar de ideias em relação às alterações que se preparava para fazer, mas só fez duas substituições pois para além dos jogadores que entraram, no banco só havia mais um avançado, um rapaz da equipa B que pelos vistos não conta para o treinador, que depois de na Madeira ter recorrido a Sebastián Coates como último recurso para a posição de ponta de lança, volta a "chorar" por um avançado a sério, numa altura em que o mercado já está aberto há 15 dias.

Sem soluções e sem a raça da Choupana, arderam 2 pontos na pior altura possível, valendo o empate no Dragão para deixar tudo na mesma, mas agora a Taça da Liga passa a ter mais peso, pelo menos em termos anímicos e vai ser  interessante perceber como é que este Sporting se aguenta com uma equipa mais forte como o FC Porto.

Depois resta o campeonato e vai ter de ser mesmo jogo a jogo, mas sem um, ou dois reforços a sério, não se podem exigir milagres.

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