Um Sporting com a marca Amorim


Rúben Amorim chegou a Alvalade com a sua ideia de jogo e foi direto a ela sem hesitações, nem mesmo quando as coisas não correram da melhor forma. Para além disso 6 dos 8 jogadores contratados, que serão 7 se contarmos com João Palhinha, são titulares, o que também revela que o treinador sabia bem o que queria e pode-se dizer que teve olho, pois os reforços no geral estão a sair-se muito bem, com especial destaque para Pedro Gonçalves e a verdade é que a equipa está a crescer de jogo para jogo.

Em Guimarães o Sporting entrou a matar mostrando-se uma equipa cada vez mais afinada e acima de tudo muito confiante, o que faz toda a diferença, de tal forma que até os jogadores menos dotados como  Luís Neto e Zouhair Feddal, brilharam. Os Leões chegaram ao golo com naturalidade e até poderiam ter marcado mais. Depois o Vitória ainda reagiu e houve um período na 1ª parte em que o Sporting passou por algumas dificuldades, mas o 2-0 chegou no momento certo e tranquilizou a equipa para a 2ª parte. Às vezes é assim, corre tudo bem.

O 3-0 matou definitivamente o jogo e depois Rúben Amorim foi perspicaz nas substituições, tirando João Mário que já dava sinais de desgaste e Andraz Sporar numa altura que se pedia velocidade para aproveitar os espaços que cada vez mais os vitorianos iam dando, coisa que Matheus Nunes e Jovane Cabral fizeram com eficácia no lance do 4-0, e que Tiago Tomás pouco antes também poderia ter feito. No fim foi uma vitória clara e uma exibição convincente, com aquele que nesta altura parece ser indiscutivelmente o melhor onze disponível, mesmo que haja 3 ou 4 jogadores no banco prontos para entrar.

Este é pois um Sporting de autor com a assinatura de Rúben Amorim, a quem tenho de tirar o chapéu, mas convém perceber que o plantel tem algumas limitações, nomeadamente nas posições de médio defensivo, alas e ponta de lança, para as quais não estou a ver grandes alternativas em caso de impedimento dos titulares, isto sem esquecer a juventude dos centrais que estão no banco e que daqui para a frente cada vez mais esta equipa vai ser levada a sério, pelo que as dificuldades vão aumentar em vários sentidos.

Mas o rumo está definido e não há razões para se mudar, quer no discurso, quer na filosofia de jogo, e  mesmo que venha a dar para o torto tenho de dar o braço a torcer, Rúben Amorim foi uma ideia bem vista e é um treinador que parece ter sido abençoado pelo talento e estar destinado ao sucesso, podendo mesmo vir a ser um verdadeiro achado e nesse caso o mérito terá de ser dado a quem correu os enormes riscos inerentes a esta opção que tão criticada foi. 

Agora só espero que não sejam os sportinguistas a estragar tudo. Está na hora de enterrar o machado de guerra e evitar a criação de focos de instabilidade vindos de dentro. Este grupo já demonstrou que merece pelo menos o beneficio da dúvida por parte dos Sportinguistas. Chega de tiros nos pés.

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