Futebol com VAR


 O Sporting empatou a duas bolas com o FC Porto, um resultado assegurado a 3 minutos do fim, o que certamente obrigou a que fossem deitadas para o lixo algumas crónicas que já estavam escritas, mas a verdade é que o golo de Luciano Vietto não mudou em nada o que se tinha passado até aí, embora tenha alterado completamente a postura dos portistas, que na 2ª parte se limitaram a controlar o jogo convencidos de que os 3 pontos estavam garantidos, mas que nos 6 minutos finais conseguiram colocar o Sporting em aflição por duas vezes, o que revela a incapacidade da equipa leonina em fazer aquilo que o FC Porto tinha feito até essa altura, ou seja, manter o adversário mais ou menos sob controle. Basta uma aceleraçãozinha e aquilo treme tudo lá atrás.

Independentemente disso o Sporting mostrou que é capaz de competir com uma equipa feita e experiente como é o Campeão FC Porto, mas fica a dúvida se tal apenas foi possível porque o adversário deixou a coisa andar, pois estava em vantagem no marcador, ou se pelo contrário há mesmo razões para acreditar em Alvalade.

Uma coisa eu tenho a certeza, se o Sporting tivesse perdido, como esteve à beira de acontecer, a esta hora Rúben Amorim em vez de ter recebido elogios pelas substituições que fez e que deram certo, estaria a ser arrasado por algumas mexidas que realmente me parecem fazer pouco sentido.

As substituições do treinador do Sporting raramente mudam a estrutura da equipa, mas muitas vezes acrescentam elementos com características mais ofensivas, o que na minha opinião nem sempre é bom, pois as adaptações de jogadores a lugares que lhes são estranhos, na maior parte das vezes não resultam, mesmo que se diga que os jogadores são trabalhados para jogarem em várias posições.

No sábado, por exemplo, na primeira dupla alteração Rúben Amorim mexeu com toda a estrutura da defesa, numa altura em que me parecia fazer mais sentido recuar Pedro Porro, em vez de Nuno Mendes que estava a dar muita profundidade ao jogo da equipa e que tem menos características para jogar numa defesa a três, isto para além de Gonzalo Plata render mais à direita do que à esquerda.

Na segunda dupla substituição, Rúben Amorim voltou a inovar transformando Tiago Tomás numa espécie de ala direito, um jogador que me parece óbvio que dificilmente poderá render nessa posição, mas curiosamente até foi nessa altura que o treinador do Sporting deu a volta ao jogo, não porque o miúdo tenha feito alguma coisa de jeito, mas simplesmente porque com Andraz Sporar em campo o Sporting passou a ter finalmente presença na área, o que foi determinante no momento do golo do empate.

Rúben Amorim bem pode dizer o que quiser, mas algumas das suas invenções não ajudam em nada a equipa, nem os jogadores que ele teima em adaptar, sendo o caso de Jovane Cabral o mais evidente, pois perde-se um jogador que é capaz de desequilibrar nas alas, onde as suas arrancadas em força são sempre perigosas e não se ganha um ponta de lança, nem nada que se pareça com isso. O mesmo se podendo dizer em relação às duas adaptações já aqui referidas que o treinador fez no sábado com Nuno Mendes e Tiago Tomás.

De positivo há referir a capacidade que o Sporting teve jogar de igual para igual com o FC Porto e até de em alguns momentos o empurrar lá para trás, isto para além de algumas prestações individuais positivas de jogadores que se começam a revelar como bons reforços, como António AdánJoão PalhinhaPedro Gonçalves ou Nuno Santos, sem esquecer o regresso de João Mário, um jogador que vai acrescentar muita qualidade ou a boa resposta de Andraz Sporar depois de ter sido dado como dispensável. 

Em relação à arbitragem foi a tremedeira do costume quando de um lado estão determinados clubes, ou pessoas, como o Sérgio "mauzão", algo que ficou bem patente na constante dualidade de critérios, que começou no capitulo disciplinar e acabou na expulsão de Rúben Amorim.

Quanto ao penalti, não vou discutir se foi, ou se não foi, pois é um lance de difícil análise, embora me pareça que o contacto que realmente existiu pode não ser suficiente para se considerar falta, mas o que eu gostaria que me explicassem é onde é que este lance se enquadra numa intervenção do VAR. É que eu já estou farto daquela história de que o vídeo árbitro é só para lances indiscutíveis, o que obviamente não é o caso. Também com este rapaz que estava no VAR já nada me admira, pois se foi ele que não marcou aquele penalti gigantesco sobre Sebastián Coates em Moreira de Cónegos, ia lá agora achar que um contactozinho daqueles era falta. Para ele a favor do Sporting não há cá penaltis.

No fim Varandas lá apareceu e falou grosso como tem de ser, o que claro não agradou aos "comentadeiros" de serviço, sempre prontos a tirarem o chapéu da cabeça à passagem de uns, mas assim que aparece alguém de cor diferente a fazer as mesmas figuras, é logo um escândalo nacional. É a subserviência a todos os níveis, na arbitragem, na comunicação social e por aí fora. 



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