Sem soluções

 


Durante a campanha eleitoral para as eleições de 2018, o candidato Frederico Varandas garantiu que a situação financeira do Sporting não lhe tirava o sono, pois tinha as soluções necessárias para a enfrentar sem sobressaltos, isto enquanto um dos seus principais opositores afirmava o contrário, dizendo que a lista D era formada por um grupo de jovens impreparados e sem capacidade para resolver os problemas financeiros em que o Sporting estava enterrado.

Ricciardi foi então acusado de dramatizar a situação, mas a verdade é que dois anos depois temos de concluir que ele tinha alguma razão. A politica implementada por Francisco Zenha tem sido reveladora não só da tal impreparação, como até de algum miserabilismo. 

O empréstimo obrigacionista foi mal preparado e falhou o objectivo traçado, o Clube/SAD foi obrigado a recorrer à antecipação de receitas, a venda de um jogador que está seguramente entre os melhores médios do mundo, foi conseguida a muito custo e a um preço longe do seu real valor e a chegada da crise covid 19 ainda veio agravar mais a situação.

O triste episódio da contratação de Rúben Amorim, uma aposta de risco por um custo exorbitante, que tem tudo para correr mal, apenas confirmou estado caótico das finanças da SAD leonina, de tal forma que parece que todos os jogadores estão em saldo, pelo que um titular da Selecção da Argentina acaba de ser vendido por uns míseros 10,5 milhões de Euros, mais umas variantes que no máximo podem elevar o valor desta transferência para 12 ou 13 milhões, o que só por si é revelador de algum desespero que por ali vai.

Não faltam credores a bater à porta reclamando das dívidas acumuladas e o trolha de Braga depois de se ter ficado a rir com o 3º lugar, bem se pode dar a ares de superioridade, passando a mensagem de que o Sporting já não tem capacidade para ir buscar jogadores à Pedreira e, de pouco servirá que lhe esfreguem com o Museu Sporting na cara, pois o presente está cada vez mais distante do nosso brilhante passado.

Consta mesmo que ao Sporting ninguém vende sem garantias bancárias e assim as poucas contratações são tudo menos entusiasmantes, pelo que o plantel continua com muitas lacunas e não parece muito melhor do que o da época passada, pelo que também não se esperam resultados muito diferentes.

Como se isto não bastasse agora temos um surto do vírus instalado em Alcochete, enquanto a palhaçada das claques continua a decorrer, tudo isto para gáudio daqueles prognosticaram e desejam ardentemente que se concretize o regresso ao cenário que tínhamos em 2013. O pior é que o tempo está dar-lhes razão e não se vê um rasgo de luz ao fim do túnel.

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