A qualidade faz a diferença

O Sporting ganhou por 1-0 ao Santa Clara num jogo onde foram evidentes as diferenças em relação à exibição menos conseguida da última jornada, diferenças essas que se explicam essencialmente com a entrada no onze de jogadores com uma qualidade muito superior em relação aos que saíram da equipa.

Isto logo a começar na defesa, onde Eduardo Quaresma e Marcos Acuña acrescentam uma inegável subida na qualidade de passe, ao que acresce o facto do recuo do argentino para a posição de defesa esquerdo, permitir dar a merecida titularidade a Nuno Mendes, no lugar de ala.

Depois no meio campo Wendel faz toda a diferença com seu futebol dinâmico e com uma grande amplitude de movimentos que o tornam no jogador chave da equipa, isto sem esquecer que até Idrissa Doumbia é nesta altura um elemento mais válido do que um Rodrigo Battaglia visivelmente longe dos seus melhores dias.

Falta apenas afinar o momento da definição lá na frente, onde falha sempre qualquer coisa, ou porque o último passe sai errado, ou porque tarda o remate, de tal forma que começo a desconfiar das capacidades de Andraz Sporar, um avançado a quem parece faltar instinto matador e que teima em nunca estar no lugar certo, mesmo que seja um elemento esforçado e trabalhador.

Foi assim uma exibição que já reflecte aquilo que será o modelo de Rúben Amorim, com uma equipa no geral segura defensivamente, paciente na posse de bola, mas à qual ainda falta objectividade no ataque.

É verdade que a vitória só foi conseguida num lance de grande inspiração de Jovane Cabral, mas à excepção de uma jogada á beira do intervalo, o Santa Clara nunca criou perigo, nem mesmo depois do golo, período em que o Sporting continuou a mandar no jogo, faltado apenas alguma eficiência no ataque à baliza adversária.

Em campo esteve também outro daqueles árbitros de que eu nunca tinha ouvido falar e parece que vem tudo da mesma fábrica. Ainda na semana passada os especialistas de arbitragem explicaram-nos que há instruções para não se marcarem os pequenos contactos, como terá sido aquele agarrão em Moreira de Cónegos, mas parece que o mesmo critério não se aplica aos avançados do Sporting e assim se anulou rapidamente um golo certo. Quanto ao critério disciplinar, é o costume: gatilho fácil contra o Sporting, condescendência bastante para os rivais.

Quarta feira temos o jogo do título que será por assim dizer o primeiro grande teste ao Sporting de Rúben Amorim, que estará no Dragão amputado de Marcos Acuña, que estava a dar boas indicações na defesa. Assim deve jogar o Cristián Borja, enquanto no meio campo resta saber se Matheus Nunes vai regressar ao onze, ou se o treinador irá premiar a boa actuação de Idrissa Doumbia. Duma forma, ou de outra, teremos um jogo muito interessante, vamos a ver se os rapazes são capazes de estragar a festa, ou se pelo contrário vão tremer frente ao novo Campeão.

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