Não proíbam os chutões


A bola voltou a rolar e 5ª feira em Guimarães o Sporting de Rúben Amorim deu boas indicações, sendo mesmo a equipa que esteve mais perto da vitória, que só não aconteceu por alguma de falta de pontaria, principalmente na ponta final do jogo e também por causa dessa nova obsessão de muitos treinadores pela saída a jogar desde a sua área, que parece proibir o pontapé para a frente, ou até para a bancada, que às vezes é a melhor solução para se evitarem os riscos resultantes da pressão alta que as equipas adversárias já aprenderam a fazer e que inevitavelmente resulta sempre em duas ou três recuperações de bola muito perto da baliza adversária, que geralmente são meio golo.

Foi assim que o Sporting ofereceu os dois golos ao Vitória, que mesmo no período inicial do jogo quando teve algum domínio territorial, nunca conseguiu criar grande perigo, acabando por fazer os seus golos, primeiro na sequência de um passe arriscadíssimo de Luís Maximiano, que deveria ser proibido e, depois num ressalto fortuito resultante de uma jogada que poderia ter sido resolvida por diversas vezes com um belo chutão para a frente.

Quanto ao resto tivemos mais um ensaio do 3x4x3 predilecto de Rúben Amorim com algumas surpresas, nomeadamente no lado direito onde Rafael Camacho apareceu na posição de ala e por pouco não saia em ombros com o golo da vitória que teve nos pés nos últimos instantes, mas revelou algumas dificuldades em termos defensivos, ainda por cima tendo atrás de si um miúdo com 18 anos, mas diga-se que Eduardo Quaresma cumpriu com distinção e muita segurança, o seu papel de defesa do lado direito.

Na frente a opção foi por Jovane Cabral que marcou pontos em relação a Gonzalo Plata, que não acrescentou grande coisa quando substituiu um Luciano Vietto que já se sabe que tem bons pés, mas não aguenta mais do que uma hora, ainda por cima quando estamos numa espécie de pré época.

Outra novidade foi a estreia de Matheus Nunes, um jogador com boa presença física e que gosta de jogar para a frente, mas a quem falta alguma intensidade que é fundamental neste esquema de jogo só com dois homens no miolo, pelo que a ausência de Wendel se notou e de que maneira.

Os restantes são jogadores experientes que não terão dificuldades em encaixar neste 3x4x3 que precisa de ser oleado, principalmente naquela questão da fase inicial de construção lá atrás, mas não posso deixar de destacar as boas indicações de Andraz Sporar, um avançado mexido e com faro pelo golo, embora lhe falte jogo de cabeça, algo que quando o Sporting enfrentar equipas mais fechadas poderá ser mais notório.

Enfim, ficou alguma água na boca para ver a evolução da equipa neste sistema, pelo que aguardo com expectativa os próximos jogos. Para já salvou-se um pontinho que sem VAR tinha ido à vida pelas mãos da bandeirinha do costume. 


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