Descubra as diferenças

Em Maio de 2018 um grupo de retardados invadiu a Academia Sporting e agrediu vários jogadores e treinadores, isto depois de uma derrota na Madeira, num jogo que terminou com veementes manifestações de desagrado das claques, que se prolongaram no aeroporto, onde o antigo líder da Juve Leo conhecido por Fernando Mendes, quase chegou a vias de facto com Acuña e Battaglia.

O resultado final desta "brincadeira" foi uma cabeça rachada por um valentão armado com um cinto e umas quantas nódoas negras e escoriações que por terem sido qualificadas como terrorismo deram num ano de cadeia para a maioria dos membros da perigosa "desorganização" que terão sido praticamente todos apanhados na altura, enquanto os restantes, entre os quais o já atrás referido líder, foram detidos mais tarde.

Dois anos depois um grupo desconhecido e sem nome, mas que ao que parece toda a gente sabe quem são, armou uma emboscada ao autocarro do Benfica depois de um empate no Estádio da Luz, resultando daí dois feridos que foram parar ao hospital e segundo o próprio presidente benfiquista foi uma sorte não terem atingido o motorista, o que poderia ter tido consequências dramáticas.

Não me atrevo a dizer qual dos casos é o mais grave, pois as motivações são as mesmas e a estupidez e a cobardia também, isto apesar de que em Alcochete dificilmente poderiam ter acontecido mortes, enquanto o mesmo não se pode dizer do outro caso.

Mas as grandes diferenças estiveram em tudo o que aconteceu a seguir, pois enquanto o Presidente do Sporting foi acusado da autoria moral dos crimes, o do Benfica apenas foi levemente criticado por ter dado uma valente bronca no treinador e jogadores, enquanto Weigel e Zivkovic estavam no hospital.

Mas disso ninguém se admira pois toda a gente sabe que o Bruno estava sempre em guerra com tudo e todos, enquanto o Vieira não sabe que existem claques no seu clube, e nem sequer sabia o que é que o Carriço e o Gonçalves andavam lá a fazer, portanto como é que ele poderia saber que tinha dois jogadores feridos. De resto tudo não passou de um desabafo, ou como o outro diria "foi chato".

Para além disso os jogadores do Benfica não tiveram suores frios nem pesadelos durante as noites que se seguiram e portanto nenhum deles se atreveu a rescindir unilateralmente o seu contrato com a SAD, porque de resto que culpa é que tem o Benfica de ter adeptos com tendências para o crime violento. Provavelmente também nenhum deles está tão farto de sofrer o presidente e de pedir para o deixarem sair, como estavam os dois capitães do Sporting que assim agarraram a bela oportunidade e por outro lado o melhor empresário do mundo e arredores nunca se iria aproveitar desta situação para afrontar um clube que afinal é há muito tempo a sua maior forte de receitas.

Também não vimos as mais altas figuras do país como os senhores Sousa, Rodrigues ou Costa, a manifestarem prontamente a sua preocupação pelo sucedido, afinal com tanta gente a morrer com covid, vá lá alguém preocupar-se com o futebol, ainda por cima quando tudo aponta para que a Liga dos Campeões desta temporada vá acabar em Lisboa.

Nas televisões também ainda não conseguir ver aquele senhor que foi ministro e agora é comentador, a defender aquela peregrina tese do terrorismo e muito menos a justificar as rescisões ou a condenar o dono, como de resto se poderá dizer o mesmo em relação ao ror de cartilheiros que todos conhecemos. Tudo alinhadinho a assobiar para o lado.

Quanto ao fundamental disto tudo, que seria resolver de uma vez por todas o problema da violência e da criminalidade que se esconde nas claques, com a complacência dos clubes e seus dirigentes (Varandas à parte), NADA!

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