Pelo que eu percebi o jovem Bernardo descobriu que o Sporting ainda está na idade da pedra e quer virá-lo para as novas tecnologias, que permitirão uma aproximação aos mais novos, que curiosamente são neste momento os menos tolerantes em relação a esta gerência.
No resto a cantiga é a mesma. A herança foi pesada mas o saneamento financeiro foi um êxito evitando o colapso, mesmo que aqui e ali, se reconheça que grande parte deste resultado tenha sido à custa da diminuição da competitividade da equipa de futebol, que vai ter mesmo que se virar para a formação.
Agora mais do que nunca o foco está na Academia onde se projectam obras significativas, enquanto se acelera a integração dos valores emergentes na equipa principal, com uma aposta muito arriscada num projecto de treinador que custou 10 milhões.
Depois está-se mesmo a ver que o covid 19 vai ser a desculpa para tudo e as restantes modalidades vão ser as primeiras a pagar as favas, enquanto para o futebol a meta traçada é agarrar um lugar na Liga dos Campeões, o que de certa forma parece uma profissão de fé numa mais ou menos inevitável quebra do FC Porto.
O mais assustador disto tudo é que com uma equipa inexperiente e um treinador sobrevalorizado, não é nada difícil imaginar a bola a bater na barra, a contestação a crescer em todo o lado e os oportunistas do costume a espumarem pela boca na perspectiva de ganharem algum, pois a reestruturação financeira desenhada pela Direcção anterior e melhorada por esta, abre janelas para negócios muito lucrativos, como foram os da venda do património.
Perante tudo isto gostava muito de acreditar no sucesso desta visão estratégica para o futuro, mas o passado recente desta Direcção em matéria de gestão futebolística não me permite grandes optimismos e às vezes dou comigo a pensar se aquilo tudo é só incompetência, porque há coisas que não tem explicação
E por falar nisso a falta de jeito de Frederico Varandas para comunicar ficou mais uma vez à vista de todos na sua passagem pelo canal 11, onde foi entrevistado por dois excelentes jornalistas e um sorridente relatador, que até foram simpáticos e não quiseram esmagar o Presidente do Sporting no canto onde eles muitas vezes se deixou encurralar.
O discurso foi mais ou menos aquilo que se esperava, mas mesmo assim não resistiu ao disparate de sobrevalorizar Rúben Amorim e Matheus Nunes, colocando um peso enorme em cima deles, ao mesmo tempo que se pôs a jeito para daqui a algum tempo ser obrigado a justificar opções que não tem justificação, como agora acontece por exemplo em relação aos jogadores que o Sporting recebeu por empréstimo.
Mas para não variar Varandas "papejou" quando teve que justificar o protocolo avaliado em 2 milhões que trouxe um tal de Wang para Alcochete e ainda foi com sorte porque ninguém lhe perguntou como é que o Sporting contesta os direitos de clubes sobre jogadores que rescindiram contratos e depois regressaram assinando novos vínculos, quando pagou 4 ou 5 milhões ao melhor empresário do mundo e arredores, referentes a contratos já expirados com Adrien e Patrício que depois tal como os outros assinaram novos vínculos. Mas já se sabe que tudo o que tenha a ver com o comissionista é chutado para canto pela comunicação social, de tal forma que até houve espaço para acenar a bandeira do negócio Thierry Correia, como se fosse um motivo de orgulho para todos nós.
Novidades, novidades, só mesmo o nome de João Pereira, provavelmente para treinar a Equipa B que regressa já na próxima época, porque o resto ninguém sabe o que vai acontecer, principalmente no mercado de Verão, mas para já tivemos algumas negas em relação a regressos, porque não há verbas.
Enfim, vamos lá a ver o que é que o "Super Rúben" consegue fazer nesta conclusão forçada da temporada e depois logo se verá o que é que acontece neste somatório de incertezas que aí vem. Mas o cenário não é propriamente muito promissor.
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