A contestação a Varandas


Embora a questão da Assembleia Geral de destituição tenha sido remetida para as "calendas gregas" por Rogério Alves, isto apesar de se poder pôr em causa a competência da MAG para avaliar a existência de justa causa e defender que a Mesa apenas pode avaliar se estão cumpridos os pressupostos legais para a convocação da referida AG, a verdade é que a contestação a Frederico Varandas foi crescendo, principalmente porque o Futebol vai de mal a pior e em grande parte por obra e graça desta gerência.

Perante a situação actual até compreendo que haja quem defenda que está na hora de dar a palavra aos sócios, seja através da tal Assembleia Geral de destituição, que poderia legitimar, ou não, esta Direcção, ou simplesmente indo-se directamente para eleições antecipadas, mesmo que também ache que não podemos estar sempre a mudar de dirigentes só por dá cá aquela palha, mas o que realmente me faz estar de pé atrás em relação a estes cenários, são os dois grupos que os defendem, a forma como o fazem e principalmente as motivações que estão por de trás deste barulho todo.

Estamos a falar de gente que que não respeita a opinião dos outros e que acha que pode impor as suas ideias, de tal forma que as Assembleias Gerais do Sporting passaram a ser lugares perigosos, onde só um grupo consegue falar, ao ponto da maioria se limitar a votar e ir embora. Não deixa também de ser curioso que os que no auge da crise de Maio de 2018 achavam que não havia motivos para que fosse dada a palavra aos sócios, agora exijam a demissão de Varandas, isto porque engoliram a cassete da cabala que supostamente serviu para derrubar Bruno de Carvalho, recusando-se a perceber que foi o "caríssimo" que se derrubou a ele próprio. No meio desta doentia cultura de personalidade, há muitos ditos sportinguistas que desejam as derrotas do Sporting porque sabem que são elas que potenciam a contestação, portanto quanto pior melhor. Tudo em nome a regeneração do grande líder que sonham que renasça do nevoeiro.

Depois temos as claques que são na realidade os únicos com capacidade de mobilização para produzirem uma contestação suficientemente organizada e aparatosa para ter algum impacto, mesmo que alguns nem sejam sócios, eles que estão em "guerra aberta" com o Presidente desde que perderam uma serie de privilégios à conta dos quais muitos viviam.

Trata-se de um grupo que integra gente perigosa, em alguns casos verdadeiros criminosos, a quem foi dada uma importância excessiva, que deu no que deu, ou seja, prejuízos incalculáveis para o Sporting. De resto isto já nem vem de agora. Foram eles que impediram a entrada de Mourinho no Sporting, foram eles que provocaram a queda de Presidentes, foram eles que atiraram ovos a Daniel Sampaio por causa da Assembleia Geral de destituição de Godinho Lopes, foram eles que atiraram tochas a Rui Patrício, foram eles que invadiram a Academia, foram eles que agrediram ou tentaram agredir dirigentes do Sporting, são eles que em Alvalade insultam e ameaçam dirigentes, festejam os golos dos nossos adversários, fazem com que o Clube seja constantemente multado, não respeitam um simples minuto de silêncio em memória de Teresa Machado e até apupam a D. Maria José Valério.

A coisa chegou a um ponto tal que já existem cachecóis com o dizer "eu sou escumalha" tudo porque o Presidente apelidou de "escumalha" um grupo de quatro ou cinco palermas que foram aos Açores para receber a equipa do Sporting gritando "Alcochete sempre". Ou seja, há gente que se revê e defende o que se passou em Maio de 2018 e não se coíbe de demonstrá-lo publicamente.

São "rapazes" como estes que agora no tribunal se dizem arrependidos e pedem desculpa aos seus papás, aos jogadores e aos Sportinguistas em geral, alguns afirmando que não pertencem às claques, como se todos os "claqueiros" estivessem oficialmente registados, enquanto as ditas cujas logo se demarcaram do "ataque a Alcochete" para depois exibirem tarjas de apoio aos envolvidos, ao mesmo tempo que vão ameaçando, insultando e agredindo quem teve a coragem de lhes cortar as vasas.

O pior é que eles ainda tem o desplante de gritarem coisas como  "o Sporting somos nós" e "o Sporting é nosso e há-de ser", porque estão mesmo convencidos que é assim, ou de mostrarem tarjas com referências a conceitos  como "vergonha" e "respeito" e à história do Clube, coisas que eles desconhecem por completo.

E por falar em história do Clube vou tentar ainda esta semana escrever qualquer coisa sobre aquilo que é o ADN Sportinguista, uma coisa que goste-se ou não, existe e tem 114 anos de história.



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