Outra vez os 3 defesas

Aparentemente Jorge Silas tem uma pancada pelo sistema dos 3 defesas que se podem transformar em 5, mas se não estou em erro esta já é a terceira vez em que o treinador leonino foi forçado a  mudar para uma linha de 4 defesas logo ao intervalo, depois de perceber que a sua estratégia não estava a resultar.

O que eu não entendo é o porquê da insistência num esquema que está mais do que visto que não funciona, pelo menos quando o Sporting tem pela frente adversários que jogam numa matriz mais defensiva, isto porque quando se defrontam rivais mais fortes, os três centrais teoricamente dão uma maior consistência defensiva pois na prática são 5 defesas. Mas será isso que Jorge Silas procura, uma equipa defensiva? Não me parece.

Ontem mesmo com o Portimonense a jogar com 10 mais um coxo, na 1ª parte o Sporting pura e simplesmente quase não incomodou Gonda porque nenhum dos dois alas tem características para desequilibrar, enquanto Rafael Camacho a jogar por dentro torna-se numa presa fácil para os seus adversários, isto já para não falar no posicionamento de Luciano Vietto que nunca vai ser um Bruno Fernandes e por isso não se lhe pode pedir que venha cá atrás ajudar e depois se desdobre nas tarefas de construção.

Assim valeu um momento de inspiração de Jérémy Mathieu, pois caso contrário os danos desta teimosia do treinador tinham sido ainda maiores, por mais que ele se queixe das resistências à novidade.

A alteração ao intervalo era óbvia, mas foi principalmente depois da entrada de Gonzalo Plata que o Sporting conseguiu finalmente furar a barreira Portimonense, jogando com dois extremos a sério e com Luciano Vietto mais próximo de um Andraz Sporar que naturalmente ainda está pouco entrosado com a equipa, isto para além de parecer ser um jogador que procura os espaços e não propriamente um ponta de lança fixo que ofereça soluções no jogo aéreo.

Resumindo e concluindo, se com uma equipa fraca como o Portimonense foi aquilo que se viu, imagino o que será com adversários mais fortes se Jorge Silas insistir nesta coisa dos 3 defesas, em vez de começar a trabalhar um sistema mais ofensivo que possa contrabalançar a ausência de Bruno Fernandes, dando mais apoio a um ponta de lança que ainda não se percebeu se será ou não homem para o enorme desafio de substituir Bas Dost.

Seguem-se cinco jogos difíceis e muito importantes e não há tempo para invenções numa altura em que o Clube e o treinador não vão resistir a outra serie maus resultados como os de Janeiro.


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