Ofertas em Istambul

Não sou bruxo mas já tinha avisado que aquele penalti inventado pelo Mr. Taylor em Alvalade poderia ser decisivo para o desfecho desta eliminatória, e foi mesmo. No entanto há que dizer que não há justificação possível para o Sporting levar 4 golos de uma equipa mediana, que nem sequer fez nada que justificasse tal proeza.

Antes do jogo Jorge Silas disse que para passar seria necessário marcar em Istambul, pelo que quando vi o onze escalado pensei que o Sporting ia entrar para ganhar, pois ao contrário do que se previa o treinador não reforçara o meio campo com mais um homem em detrimento de um dos alas. Antes o tivesse feito, pois o que aconteceu na realidade foi que o Sporting se apresentou numa espécie de 4x4x2, com os alas muito recuados numa linha de quatro e Luciano Vietto mais próximo do ponta de lança, sem que a bola lá chegasse.

Foi uma estratégia cautelosa de quem decidiu gerir a vantagem trazida de Lisboa e que de certa forma até poderia ter resultado, não fosse Luís Maximiano ter oferecido dois golos um adversário que nunca mostrou capacidade para criar grande perigo junto às balizas leoninas. Mas é a tal coisa, quem joga para o empate, arrisca-se a perder.

Desperdiçada a vantagem de dois golos em apenas 45 minutos, o Sporting entrou melhor para a 2ª parte, embora não se percebesse porque é que Jorge Silas esperou um quarto de hora para lançar Gonzalo Plata, no lugar de um Yannick Bolasie que não passa de um jogador esforçado.

O golo de Luciano Vietto devolveu a vantagem ao Sporting e Jorge Silas resolveu então, e bem, equilibrar a equipa com a entrada de Idrissa Doumbia, pelo que a passagem aos oitavos de final parecia garantida.

O que aconteceu nos últimos minutos deste jogo é algo inexplicável e admissível numa equipa profissional. Os turcos lançaram-se à louca na frente num compreensível tudo ou nada, desguarnecendo por completo a sua defesa. Era só ter a bola e ir pelo seguro lá à frente, o que apenas aconteceu uma vez quando o guarda redes turco defendeu milagrosamente para a barra um remate de Idrissa Doumbia. Nesse período de total anarquia táctica, vi pelo menos dois remates de fora da área como se o Sporting estivesse a precisar urgentemente de marcar, e assim se perdia a bola de uma forma infantil e em superioridade numérica, até que perante a passividade de Stefan Ristovski, o Basaksehir empatou a eliminatória.

No prolongamento estava tudo roto, mas mesmo assim o Sporting mostrou maior vontade de fugir aos penaltis do que os turcos, só que as ofertas ainda não tinham acabado e Luciano Vietto já em desespero fez um penalti depois de um verdadeiro disparate, salvo erro de Tiago Ilori.

No fim a festa foi turca, porque realmente eles ganharam sem nada terem feito para isso, limitaram-se a aproveitar as ofertas que tiveram, e não é todos os dias que se recebem assim tantas.


Comentários