O medo e a vingança

Este era o primeiro jogo depois da saída de Bruno Fernandes, pelo que havia alguma curiosidade em relação à estratégia de Jorge Silas agora sem o seu Capitão, que para uns era insubstituível, enquanto para os mais imaginativos até tinha um efeito secante em relação ao resto da equipa.

No entanto ainda sem Luciano Vietto a 100% não foi possível perceber-se qual será o modelo preferencial do treinador leonino no pós Bruno Fernandes, em que o argentino deverá jogar mais no meio e assumir algumas das responsabilidades que cabiam ao comandante da equipa, tal como Wendel que está a atravessar um bom momento e poderá ter mais liberdade e maior influência na manobra atacante.

Por outro lado não sei se Jorge Silas tem medo do Braga, ou se simplesmente acha que eles tem uma equipa muito superior ao Sporting, mas a verdade é que depois de no jogo da Taça da Liga ter abdicado do seu habitual 4x3x3, retirando um avançado para reforçar o meio campo com Rodrigo Battaglia, agora voltou a inovar, apresentado uma linha de 5 defesas, que também podia funcionar como um 3x5x2, com Rafael Camacho numa posição onde não pareceu muito à vontade.

A coisa até começou por resultar, talvez pelo efeito surpresa, mas na 2ª parte o Braga conseguiu encostar os Leões lá atrás, enquanto o Sporting parecia estar a jogar para o pontinho, mas quem joga para o empate geralmente perde e foi isso que mais uma vez aconteceu, de nada valendo a reacção leonina nos últimos minutos do jogo, altura em que Jorge Silas meteu a carne toda no assador. Tarde de mais.

Como não podia deixar de ser o Sousa dos apitos e dos cartões, inclinou o campo bem à sua maneira, com uma dualidade de critérios gritante, quer no aspecto disciplinar, quer na marcação de faltas, com aquela invenção num lance em que Andraz Sporar escapava perigosamente para a área bracarense, a ser o ponto mais descarado de uma actuação vergonhosa daquele que é o melhor árbitro português, mas que desde que foi castigado por causa dos palavrões que dirigiu a Stojkovic, assumiu uma postura vingativa em relação ao Sporting, reveladora do seu carácter, ou da falta dele.

Só é pena que a reacção oficial do Sporting tenha demorado tanto tempo, é que só nesta época este já é o terceiro jogo em que o artista faz isto, sem que nunca ninguém tenha dito nada. Já todos sabemos que não serve de nada reclamar, mas pelo menos há que defender a equipa de alguma forma. Comer e calar é que não.




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