Elementar, meu caro Silas

Depois da pior exibição da época, o Sporting fez aquela que foi pelo menos a sua actuação mais consistente desta temporada, o que de certa forma pode ser intrigante, mas que terá algumas explicações.

É verdade que marcar cedo ajuda e que esta equipa turca ou teve um dia mau, ou então é muito fraquinha, mas o facto do treinador não inventar também ajudou.

Depois da saída de Bruno Fernandes parece-me óbvio que o Sporting tinha de passar a jogar com Luciano Vietto mais próximo do ponta de lança e com dois extremos abertos e uma linha de quatro defesas, num 4x4x2 que também pode ser 4x2x3x1.

Foi assim que Jorge Silas escalou a equipa para este jogo fazendo entrar aqueles que são os melhores jogadores disponíveis nesta altura, embora eu prefira Gonzalo Plata a Yannick Bolasie, mas reconheço que o congolês fez a sua melhor exibição desde que chegou a Portugal e que o peruano ainda tem muito que aprender em termos defensivos, no entanto ele quando entra mexe sempre com o jogo da equipa e é um jogador com muito potencial.

O que eu não percebi foi porque é que Jorge Silas levou tanto tempo a mexer na equipa, porque depois do 3-0 parecia óbvio que era necessário reforçar o meio campo, até porque já se sabe que Luciano Vietto não dura muito mais do que uma hora e que o trabalho dos alas neste sistema é muito desgastante. Impunha-se pois mudar para 4x3x3 e refrescar a linha da frente, mas foi preciso o Besaksehir marcar para o treinador acordar.

É verdade que as substituições foram tardias, mas também é inegável que o golo dos turcos só foi possível graças a um penalti no mínimo forçado, principalmente tendo em conta que estamos a falar de um árbitro inglês que utilizou sempre um critério largo, para depois descortinar uma falta num contacto mínimo e de um VAR que não quis ver um pisão claro sobre Rodrigo Battaglia. E assim ficou tudo em aberto para Istambul, quando a eliminatória bem podia ter ficado praticamente resolvida, mesmo que este Sporting não seja de fiar.

Uma palavra final para as palhaçadas do costume das claques que se queixam e com alguma razão da demora na entrada para o Estádio, mas se eles não insistissem na brincadeira das tochas não seria preciso haver revistas minuciosas. Quanto ao resto foi o costume, uma vergonha.

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