O modelo JJ, Janeiro e o Mercado.

Decorridos que estão 3 meses e 16 jogos disputados desde a chegada de Jorge Silas a equipa do Sporting começa a dar os primeiros sinais de estabilização, depois de muitas experiências nem sempre bem sucedidas. Para trás já ficou a Taça de Portugal em Alverca e os 6 pontos perdidos em Tondela e Barcelos tornam o campeonato numa miragem.

Neste momento já se percebeu que o treinador leonino gosta daquilo que se pode apelidar de "o modelo de Jesus", uma forma de jogar que cada vez mais se vê por aí, onde se privilegia uma saída de bola a três, que começa na defesa com um médio a recuar para junto dos centrais, enquanto os laterais sobem pelas alas no apoio ao ataque que tanto pode ser com dois ou três avançados, mas sempre com muita mobilidade.

No Sporting de Silas, Idrissa Doumbia é quem desempenha o fundamental papel médio mais defensivo, mas tem revelado algumas dificuldades técnicas para as exigências destas funções, restando agora saber se o regresso de Rodrigo Battaglia poderá ajudar, ou se o treinador conta com o argentino para jogar mais à frente, onde Wendel é praticamente o único que consegue verticalizar o jogo e simultâneamente ajudar a defender, pois Bruno Fernandes naturalmente tem liberdade total e a sua qualidade faz a diferença e torna-o imprescindível.

No centro da defesa e nas alas também se faz sentir o problema da exiguidade deste plantel, pois as alternativas aos dois centrais muito experientes que habitualmente são titulares, não são muito inspiradoras de confiança, o mesmo se podendo dizer em relação aos laterais, principalmente do lado direito, onde até à data Valentin Rosier ainda não justificou minimamente o investimento e Stefan Ristovski é razoável, enquanto do lado contrário há um Marcos Acuña e Cristián Borja que desenrasca.

No ataque a mobilidade é a palavra de ordem, mas já se percebeu que sem ponta de lança a coisa não funciona. Luiz Phellype lá vai desenrascando, Yannick Bolasie é esforçado, mas Luciano Vietto é o único que "fala" a mesma linguagem futebolística do Capitão, no entanto é um jogador intermitente que não dura 90 minutos e que desaparece muito do jogo.

Sobram uns miúdos nos quais se depositam algumas esperanças, sendo que aqui não posso deixar de destacar Luís Maximiano que para já conquistou a titularidade na baliza leonina, embora Gonzalo Plata e Rafael Camacho também estejam na calha.

Sendo assim o reforço da equipa é fundamental para os desafios que Janeiro trará. Um ponta de lança de verdade é fundamental, mas também dava jeito um bom central e um médio com qualidade para  jogar na posição 6, porque não estou a ver que jogadores como Pedro MendesRodrigo Fernandes ou Matheus Nunes, possam resolver o problema e o prometedor Eduardo Quaresma ainda está muito verde.

Aparentemente o problema é o dinheiro, ou neste caso a falta dele, principalmente no mercado dos avançados, pois um jogador que garanta golos custa uma fortuna e descobrir "hallandes" não é para todos, muito menos para um "scouting" que recomenda "fernandos e jeses", pelo que a dispensa de Bas Dost é uma daquelas coisas que não se compreende por mais explicações que nos dêem.

Alguém há-de vir e já se fala de nomes como Diego Sousa ou Munas Dabbur, mas está-se mesmo a ver que a conversa se vai arrastar até ao final de Janeiro e nessa altura poderá já ser tarde pois, este mês é decisivo se ainda houver esperanças de salvar a época, pelo que o ponta de lança já devia estar a trabalhar em Alcochete. Em vez disso vão esperar que surja a tal boa oportunidade de negócio pelo menos enquanto a equipa for ganhando, pelo que nos resta rezar.

Só para terminar deixo aqui um nome que na minha opinião era um quatro em um, pois pode ser o médio defensivo que precisamos, joga a central, acrescenta experiência e sente a camisola: Daniel Carriço. Para o lugar de ponta de lança é que não me atrevo a esticar-me. Tinha ficado com o Bas Dost.


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