Altamente contagiante

O assunto da semana foi a gripe sadina que deu origem a uma verdadeira onda de solidariedade à volta do Vitória Futebol Clube. De repente descobriram-se os valores da ética no futebol português. Fossem outros os intervenientes seguramente que se teria falado das estruturas altamente profissionais que não se podem compadecer com o amadorismo de quem não foi capaz de isolar uma infecção. Desta vez a Direcção do Sporting não se deixou comer como anjinhos e defendeu os interesses do Clube, o que obviamente não agradou aos cartilheiros de serviço.

Depois de muita conversa o jogo disputou-se mesmo com a equipa de Setúbal a apresentar-se sem vários jogadores que habitualmente são titulares, mas os que jogaram não revelaram nenhum sintoma da doença. Correram que se fartaram acabando o jogo em cima do Sporting e ainda tiveram tempo para distribuir fruta bastante, o suficiente para deixar Luciano Vietto KO, valendo a Bruno Fernandes a sua aparente imunidade às lesões para escapar ileso a uma grande sarrafada, mesmo à beira do fim do jogo.

Quem revelou alguns sintomas de gripe foi Rodrigo Battaglia que jogou parado e a passo, limitando-se a acelerar em direção ao árbitro para protestar sempre que algum adversário passava por ele em excesso de velocidade, isto já para não falar de Luiz Phellype que parece estar muito preocupado com as noticias da chegada iminente de mais um avançado.

Perante um Vitória desfalcado o Sporting chegou com naturalidade ao 2-0, mas o intervalo parece ter contagiado a equipa com o vírus da pasmaceira e na segunda todos resolveram adoptar o ritmo de Rodrigo Battaglia, de tal forma que correram o risco de passar por uma vergonha ainda maior do que a de Alverca.

No fim Jorge Silas explicou e bem porque é que deixara de fora Marcos Acuña, só foi pena que depois daquele cartão amarelo mostrado a Luiz Phellype logo no início do jogo, o treinador do Sporting não tenha percebido ao que é que vinha aquele árbitro. Estava-se mesmo a ver que ele nada perdoaria a Sebastián Coates, e de facto bastou uma oportunidade para que o conveniente amarelo saísse com rapidez.

Antes, ainda na 1ª parte ficara por marcar um pénalti claro sobre Wendel e nem com o VAR conseguiram ver tal evidência, de resto a solidariedade da equipa de arbitragem com os engripados foi evidente desde o primeiro minuto. Bastava que um jogador vitoriano caísse para que logo o jogo fosse interrompido, enquanto Luciano Vietto e Bruno Fernandes bem podiam gritar no chão depois de levarem valentes marteladas, que de nada servia.

O Sporting ganhou o jogo mas pagou caro o atrevimento, perdendo para o "derby" dois dos poucos jogadores que podem ajudar um Bruno Fernandes que escapou por pouco e até parece estar a caminho de Manchester, pelo que convém que o melhor agente do mundo e arredores se mexa, pois só ele pode finalmente resolver esta transferência. Vá lá que o Marcos Acuña discutiu com o Viana, porque senão estava agora a fazer coro como o Sebastián Coates.

E até sexta-feira sabe-se lá o que mais nos poderá acontecer.


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