10 contra todos

Com o Rio Ave a depender apenas de si e a receber um Gil Vicente já eliminado, as hipóteses do Sporting se qualificar para a fase final da Taça da Liga eram diminutas, mas Jorge Silas não quis saber de histórias e entrou em Portimão com a sua melhor equipa, excepção feita a Luiz Phellype que ficou no banco depois de uma gastroenterite que o afectou durante a semana passada.

O Portimonense também precisava de ganhar para sonhar com o apuramento, pelo que se previa um jogo aberto e de facto assim foi, o que acabou por mais uma vez pôr à mostra os problemas deste Sporting que não consegue ser autoritário contra equipas assanhadas e regra geral comete erros de principiante como os que resultaram nos dois golos algarvios, numa tarde em que Jérémy Mathieu esteve irreconhecível.

Mas esta competição tem a marca de um tal de Lucílio Baptista e não podia passar sem uma barraca das antigas, porque se isto com VAR é o que se sabe, sem VAR é uma alegria. É verdade que o apitador de serviço foi enganado pela fita de um artista que não teve o mínimo respeito pela sua profissão, mas para quem foi tão rápido a puxar o segundo cartão para Yannick Bolasie que nada fez que o justificasse, custa a perceber a cerimónia quando a coisa foi a contrário e acertando mesmo na cara dos jogadores do Sporting. Enfim, nada a que já não estejamos habituados.

Não sei o que é que se passou no intervalo, mas a 2ª parte do Sporting jogando 10 contra 12, ultrapassou todas as expectativas, foi assim uma espécie de revolta leonina com Jorge Silas a mexer muito bem na equipa e Luiz Phellype a mostrar mais uma vez a diferença que faz jogar com um ponta de lança, ao mesmo tempo que os meninos Luís MaximianoRafael Camacho e Gonzalo Plata assumiram um papel preponderante numa reviravolta que se espera acrescente confiança a uma equipa que bem precisa dela, isto quando se aproxima um mês de Janeiro muito complicado.

No entanto o circo não se limitou à exibição da dupla Willyam/Pinheiro e no final do jogo o Portimonense resolveu imitar o Sporting em matéria de protestos lamentáveis, enquanto em Vila do Conde Carlos Carvalhal dava largas à sua revolta devido a um golo mal anulado ao Rio Ave, que lhe poderia ter garantido o apuramento. O homem disse que se ia demitir pois não estava para aturar o futebol português. Curiosamente quando ganhou em Alvalade à conta do Mota não se mostrou tão escandalizado, mas das duas uma, ou foi só um numero de circo, ou então é mesmo verdade que o JJ descobriu mais uma vez o caminho para o Brasil.

O curioso é que estes artistas só tem voz grossa quando do outro lado está o Sporting. Queria ver se eles protestavam se de outro lado estivesse camisas azuis ou vermelhas. Era o protestas.







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