De Pontes para Silas

Estive de férias fora do país pelo que não vi os últimos jogos do Sporting, nomeadamente as duas derrotas que puseram fim à triste ideia de copiar a solução encontrada pelo vizinho do lado, quando na época passada encontraram na equipa B um treinador que entrou à experiência e acabou campeão.

Estava-se mesmo a ver que esta aposta em Pontes não ia dar certo, mas ninguém esperaria resultados tão fracos pelo a tarefa não durou mais do que três semanas, com Leonel Pontes a regressar aos Sub23 não sem que antes referisse que não era capaz de fazer milagres, coisa que já sabíamos e que provavelmente ninguém lhe terá pedido, mas também não era preciso perder tanto.

O problema mais uma vez passou a ser encontrar um treinador que se quisesse sujeitar a pegar numa equipa mal construída e completamente destroçada. De Mourinho a Jardim muitos foram os nomes de que se falou, mas no fim o escolhido foi Silas, ou por outra, o melhor que se pôde arranjar foi um treinador com menos de dois anos de carreira.

Confesso que quando cheguei a Portugal e soube da novidade pus as mãos à cabeça, pois não estando à espera de um grande nome, também não imaginava que não fosse possível encontrar uma solução minimamente condizente com a grandeza do Clube e da missão em causa.

Sei que nesta altura não será fácil convencer um bom treinador a meter-se no tal "clube de malucos" mas Silas nesta altura é apenas um protejo de treinador, ao qual no entanto eu só posso desejar a melhor das sortes, coisa de que bem vai precisar.

Também não vi o jogo das Aves pois estava em viagem para casa, mas vá lá que a estreia do novo treinador ficou assinalada com uma vitória, difícil como não poderia deixar de ser, mas saborosa.

Na 5ª feira nova vitória, mas com uma exibição que chegou a ser assustadora. A equipa parecia que não sabia jogar, o que até é compreensível. A época começou com um treinador que já de si fez alguns ziguezagues, depois veio outro que resolveu ressuscitar o losango dos tempos de Paulo Bento, coisa que durou pouco e agora chega este com novas ideias que começaram com a táctica do pililau, passaram para os 3 defesas e acabaram no regresso ao conforto do 4x3x3.

No final salvou-se o resultado pois os austríacos teimavam em não acertar na baliza e depois deram o berro, porque nenhuma equipa no mundo consegue manter aquele ritmo infernal com que o LASK afogou o Sporting durante quase uma hora.

Esta vitória foi fundamental para o Sporting e para Silas, em primeiro lugar porque assim a equipa manteve-se na corrida pelo apuramento, isto quando os próximos dois jogos da Liga Europa são frente ao Rosemborg que será à partida a equipa mais fraca do grupo e depois porque com estas duas vitórias o treinador consegue ter finalmente alguma tranquilidade e tempo para trabalhar as suas ideias e preparar os jogos que se seguem, onde já terá de começar a mostrar alguma coisa.

Enfim, não podemos estar à espera dos tais milagres de que Pontes falava, mas mesmo assim há que exigir muito mais do que os resultados apresentados pelo treinador madeirense, que provavelmente significaram o afastamento do Sporting da Taça da Liga, isto perante as reservas do Rio Ave e deixaram os Leões a 7 pontos dos outros dois grandes e a 8 do Famalicão, ou seja, ainda agora nasceu Outubro e a época já está muito comprometida, pelo que a Silas resta tentar aproveitar esta oportunidade para lançar a sua carreira num nível que ele certamente nunca imaginou que seria possível. Resta saber se o homem tem unhas para tamanha embarcação, ainda por cima cheia de rombos.




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