Duas vitórias e a liderança

Depois dos traumatizantes 5-0 da Supertaça e de um empate na Madeira, o Sporting finalmente ganhou dois jogos e, à 3ª jornada do campeonato assumiu a liderança da tabela classificativa.

Como é óbvio estas duas vitórias não transformam a equipa na melhor do mundo, mas também é verdade que os maus resultados anteriores não faziam dela aquilo que para aí se disse.

Nestes dois jogos foi possível ver um Sporting tal e qual como é este que Marcel Keizer lá vai construindo, uma equipa com muitas dificuldades em segurar o jogo quando está em vantagem, pois Idrissa Doumbia ainda é um jovem e tem jogado muito sozinho ali no meio, enquanto Eduardo Henrique não está a agarrar as oportunidades. Espera-se que Rodrigo Battaglia possa dar outra consistência à equipa.

Frente ao Braga foi Renan quem segurou os 3 pontos, pois aquela defesa andou sempre algo desorientada com um Jérémy Mathieu longe da sua melhor forma, enquanto Thierry Correia se tenta aguentar com os azares que tem tido, ele que parece que sempre que falha dá golo.

Na frente verificaram-se melhorias com a entrada de Luciano Vietto no jogo de Portimão, onde o argentino finalmente mostrou o perfume do seu futebol, deixando água na boca para um futuro em que pode formar uma dupla demolidora com Bruno Fernandes.

Em contrapartida Wendel perdeu protagonismo neste último jogo em que teve de jogar um pouco mais atrás, depois de uma bela exibição frente ao Braga. É o tal equilíbrio de que a equipa parece andar à procura.

Com a entrada de Luciano ViettoMarcos Acuña passou a ter mais corredor pela sua frente, mas se calhar a equipa só ganha com isso, até porque quem saiu foi o trapalhão Abdoulay Diaby, que ajuda mais a defender, mas que depois não acrescenta nada no ataque.

Outro que melhorou muito foi Raphinha, que finalmente acertou na baliza, mas mesmo assim voltou a falhar na cara do guarda-redes. Talvez ele precise atrás de si de um lateral mais consistente e conservador para contrabalançar a liberdade obrigatória que Marcos Acuña terá do outro lado. Resta saber se Valentin Rosier será esse homem. Ontem já fez 45 minutos nos sub-23, mas tal como Rodrigo Battaglia, este lateral francês vem de uma longa paragem.

Confirmada que está a saída de Bas Dost, Luiz Phellype tornou-se na única opção para a posição de ponta de lança. É verdade que ele farta-se de trabalhar, mas no entanto falta-lhe aquilo que é o mais importante nesta difícil posição: golo. O brasileiro raramente está lá no lugar certo e duvido que garanta 20 golos por época, quanto mais os 30 a que estávamos habituados com o holandês.

De qualquer forma é inevitável que venha mais alguém, resta saber quem e com que proveitos para uma equipa que continua sem banco, de tal forma que em Portimão Marcel Keizer nem fez as três substituições da ordem, preferindo aguentar até ao fim com alguns jogadores já de rastos.

Finalmente uma palavra para o VAR que continua a ter o problema maior de ser servido por maus árbitros. Eu já nem vou discutir se o Portimonense teve ou não a posse de bola naquela jogada, o que não tenho dúvidas é que aquilo não foi falta nenhuma do Thierry Correia que simplesmente tropeçou num jogador que se atravessou à frente dele num movimento que não teve qualquer influência naquela jogada. Uma coisa é certa, com o Benfica, ou com o Porto, nenhum destes artistas se atreveria a uma brincadeira destas.

Em suma, foram duas vitórias que trouxeram alguma tranquilidade, mas até ao fecho do mercado haverá muito que fazer, para depois da paragem de Setembro vermos como é que o plantel fica, sendo que para já ainda há o Rio Ave pelo caminho, num jogo onde convém não perder a embalagem, para depois então se entrar na velocidade cruzeiro.








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