Pasmados a olhar para o Porto

O Sporting voltou a falhar num daqueles jogos que não podia perder, pois segue-se um clássico com o FC Porto que poderia relançar o campeonato e parece-me que foi precisamente por se começar a pensar antes do tempo no jogo seguinte, que a coisa deu para o torto.

Para principiar resolveram poupar Bas Dost por causa de uma dor de cabeça. Os médicos lá sabem mas segundo o que foi comunicado essa decisão foi tomada por precaução e parece-me um bocado exagerada, mesmo que Marcel Keizer tenha toda a razão quando diz que o Sporting tem obrigação de ganhar ao Tondela, independentemente de quem jogue.

O que não se percebeu bem foi a ausência de Luiz Phellype nos convocados. Marcel Keizer disse que não é de um dia para o outro que se passa da 2ª liga para o Sporting e que Fredy Montero é um bom avançado, só que o colombiano vem de uma paragem de várias semanas e ficou no banco, pelo que quem jogou no centro do ataque foi Abdoulay Diaby, que só à sua conta desperdiçou oportunidades suficientes para o Sporting ganhar tranquilamente.

O franco-maliano não é um extremo mas até se tem desenrascado no lugar, agora ponta de lança é que não dá mesmo, ontem o Sporting jogou toda a 1ª parte sem ninguém na área. O homem pode ser um segundo avançado, posição que ocupou na 2ª parte, mas mesmo aí revelou ter uma relação pouco amistosa com a baliza e não arranjou maneira de acertar nela.

No fim o Sporting acabou com os centrais a jogarem como pontas de lança, o que me faz voltar à ausência de Luiz Phellype. Será que o brasileiro não seria capaz de desempenhar esse papel em caso de emergência, como a que se veio a verificar. É que se não foi agora não sei quando será.

Mas voltando ao princípio, direi que bastaram 5 minutos para se perceber o jogo que íamos ter, com um Tondela com as suas linhas muito juntas atrás, fé no contra-ataque e muita fome de canela, bom.... de canela, de perna, de pescoço e de tudo o que aparecesse à frente, sempre a contar com a boa vontade do Almeida do Algarve.

O pior foi a atitude dos jogadores do Sporting que entraram pasmados, talvez já à espera do jogo com o Porto e o maior exemplo disso mesmo foi o Marcos Acuña, primeiro completamente a dormir no lance do 1-0, isto depois de Xavier ter feito o que quis com Bruno Gaspar, e a seguir na brincadeira a perder a bola para que Tomané fizesse o golo da sua vida que fixou o resultado em 2-0. No fim o argentino lá acabou por ver o amarelo que tanto o preocupava e logo numa jogada em que nada fez que o justificasse. O problema no entanto foram os outros que levou antes, quase sempre por causa do seu temperamento de argentino armado em mau.

Para ajudar tivemos em campo um dos árbitros mais experientes da 1ª liga, na arte de inclinar o campo sem dar muito nas vistas. Nos lances capitais esteve impecável e até estranhei a expulsão de Jaquité, mas os 4 minutos de compensação dados no fim do jogo, a constante dualidade de critérios na marcação de faltas e a condescendência disciplinar com os jogadores do Tondela, a contrastar com a pressa em mostrar amarelo a Marcos Acuña logo que pôde, deu toda a razão aos protestos de Beto.

Já se sabia que com este plantel dificilmente o Sporting poderia lutar pelo título, mas uma vitória em Tondela pelo menos tinha mantido a esperança. Agora o jogo com o Porto apenas pode reduzir a desvantagem para 5 pontos, embora continue a ser uma prova de fogo perante um rival mais forte. Resta saber como é que a equipa vai reagir a esta derrota que teve tanto de inesperada como de inexplicável.

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