Diferenças

O Sporting ganhou por 2-1 ao Belenenses SAD, num jogo marcado por algumas diferenças em relação ao que se tem visto desde a chegada de Marcel Keizer, isto apesar da 1ª parte ter sido muito semelhante à de outras nos mais recentes jogos do campeonato que se disputaram em Alvalade, com Silas a apostar em fechar a saída de bola do Sporting logo à entrada da área leonina, para assim obrigar a um jogo mais directo e tentar recuperar a bola, para rapidamente desferir ataques à baliza de Renan.

A diferença foi que desta vez não houve golos, embora as duas equipas tivessem tido oportunidades e até tenha havido uma bola ao poste para cada lado, mas o Sporting apesar muita posse de bola teve algumas dificuldades em chegar à área do Belenenses SAD e Bas Dost quase nem se viu.

A 2ª parte foi muito diferente, primeiro porque os azuis recuaram e depois porque o golo fez abrandar o ímpeto ofensivo do Sporting que começou a tentar gerir o resultado, ao contrário daquilo que tem acontecido desde a chegada do treinador holandês, em que a equipa mesmo depois de marcar continua à procura de mais golos.

A própria entrada de Radosav Petrovic que mais uma vez marcou pontos com uma boa exibição, pareceu ser um sinal do treinador no sentido de que em primeiro lugar era preciso não sofrer golos, para depois então ir à procura do 2-0 que o público já pedia impacientemente, até que o menino Miguel Luís lhes fez a vontade. Só faltou Renan manter a sua baliza a zero para que tudo fosse diferente do costume.

No fim Marcel Keizer voltou a surpreender ao elogiar o Belenenses, ao mesmo tempo que reconhecia que a sua equipa não tinha jogado bem, recusando-se a escudar-se na ausência de Bruno Fernandes e muito menos aludindo ao facto de ter entrado com dois jogadores que estavam parados à várias semanas, afirmando antes que era possível fazer muito mais com aqueles que foram a jogo.

Que diferença para o discurso de Peseiro, quando depois de penosas vitórias com exibições muito pobres, ainda tinha o descaramento de elogiar a actuação da sua equipa, de tal forma que por vezes até parecia que não tinha visto o mesmo jogo que todos nós acabáramos de ver. Isto já para não falarmos de um Jesus sempre em bicos de pés quando ganhava e cheio de desculpas quando a coisa dava para o torto.

Dia após dia, no campo e fora dele, Marcel Keizer com uma desconcertante simplicidade vai dando lições à famosa escola dos treinadores portugueses.

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