A Taça do VAR

O Sporting entrou na final a quatro da Taça da Liga a correr por fora, pois o Braga jogava em casa e apostava tudo nesta competição para se afirmar entre os grandes, enquanto FC Porto e Benfica são unanimemente consideradas as equipas mais fortes do futebol português, em oposição a um Sporting que parece estar a perder gás uma vez esgotado o efeito surpresa resultante das ideias introduzidas por Marcel Keizer.

Depois de muito barulho à volta do VAR, Sporting e FC Porto contrariaram os desejos da maioria e chegaram à Final onde Marcel Keizer mostrou que a sua equipa também é capaz de jogar olhos nos olhos com um rival forte, embora tal só tenha sido possível durante a 1ª parte.

Na 2ª parte tudo mudou, não sei se por mérito do FC Porto, ou se por incapacidade física do Sporting, mas o que é certo é que o jogo passou a ter quase só um sentido e o golo adivinhava-se, mesmo que as oportunidades não tivessem sido muitas, mas Renan espalhou-se e Fernando Andrade aproveitou.

Faltavam à volta de 15 minutos e ninguém acreditou que o Sporting fosse capaz de reagir, mas Marcel Keizer que até aí só fizera substituições de gestão mais ou menos obrigatória, lançou Abdoulay Diaby que acabou por ser decisivo, embora com a simpática ajuda de Oliver Torres que devolveu o brinde oferecido por Renan e o jogo acabou empatado, o que deu alguma justiça ao resultado, embora o domínio do FC Porto na 2ª parte tenha sido mais evidente do que o ascendente do Sporting nos primeiros 45 minutos.

Tal como no jogo da meia final, por pouco que o Sporting não nos poupava ao sofrimento dos penaltis, mas desta vez não foi o árbitro a falhar, foi Raphinha quem desperdiçou uma flagrante oportunidade para fechar em grande, devolvendo a Renan a possibilidade de se redimir e oferecer a Taça da Liga ao Sporting, um troféu ganho na raça que foi personificada pelo espírito de sacrifício de Radosav Petrovic, mas que não teria sido possível sem o VAR.

No final foi vê-los todos a engolir em seco, alguns até nem conseguiram engolir, com Sérgio Conceição à cabeça. É o que faz estar a contar com o ovo no dito cujo da galinha. Vá lá que desta vez não se atreveram a contestar o VAR e verdade seja dita também era mais o que faltava.

A festa foi bonita mas esta conquista deixou mazelas e hoje em Setúbal vai ser um teste muito importante à capacidade desta equipa para se juntar e superar as dificuldades agravadas com um malheiro à mistura, em vésperas de um duplo confronto com o velho rival enraivecido e pronto para mostrar à sua plateia uma superioridade que todos garantem ser esmagadora. A ver vamos se conseguimos escapar inteiros.


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