Que diferença

No passado dia 4 de Outubro o Sporting deslocou-se à Ucrânia onde ganhou quase por milagre ao Vorlska Poltava, num jogo em que José Peseiro optou por poupar alguns titulares, o que somado às ausências por lesão, transformou a equipa numa manta de retalhos completamente incapaz de produzir uma exibição convincente.

Mais de dois meses depois o Sporting recebeu o mesmo adversário em Alvalade e Marcel Keizer lançou uma equipa com apenas três jogadores daquele que vinha sendo o seu onze base, com quatro jogadores dos sub-23 a comporem o banco dos suplentes, mas mesmo assim a equipa realizou uma boa 1ª parte resolvendo logo aí um jogo com três golos sem resposta, pelo que no 2º tempo até deu para lançar os miúdos.

Habitualmente costuma-se dizer que nestes jogos onde os treinadores mexem muito nas suas equipas não é possível haver entrosamento, pelo que valem essencialmente para testar as capacidades dos jogadores que tem aí uma oportunidade para mostrarem serviço, mas na passada 5ª feira o Sporting superou as expectativas por larga margem e fez um belo treino em competição.

A diferença esteve na agressividade ofensiva que a equipa apresentou logo desde o primeiro minuto, não dando tempo nem espaço para o adversário respirar, ou seja, os princípios de jogo estiveram lá, independentemente das coisas nem sempre funcionarem com a fluidez necessária e do valor individual dos jogadores ser menor em relação aos titulares. 

Infelizmente a lesão de Fredy Montero manchou uma noite agradável abrilhantada pelo primeiro golo de Miguel Luís, que apareceu solto das amarras a que o tínhamos visto preso nos jogos anteriores em que praticamente não saia do grande circulo e por mais duas estreias na equipa principal, com destaque para Bruno Paz, um jogador que chegou ao Sporting quando já era iniciado e numa altura em que jogava como defesa central, no entanto não cresceu muito e passou para lateral direito e mais tarde para o meio campo, pelo que parecia que não ia dar nada, mas esta época teve uma grande evolução nos sub-23, impondo-se como um médio todo o terreno, que mereceu inteiramente esta chamada e justificou-a com uma actuação muito positiva.

Já Pedro Marques é um avançado muito lutador e com grande mobilidade, mas não sei se irá chegar lá. De resto o Sporting nunca formou um ponta de lança de jeito, no entanto com um pouco de sorte o rapaz até poderia ter marcado, pois falhou uma bela oportunidade para depois ser vitima da goludice de Thierry Correia, numa altura em que já dava para tudo.

Enfim, foi um bom treino e mais uma vitoria para Marcel Keizer, mas daqui a pouco vai ser mais difícil.








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