O empréstimo obrigacionista

O Sporting conseguiu o mínimo exigido para emitir o seu empréstimo obrigacionista, mas ficou a 4 milhões de Euros do objectivo que era como todos sabemos 30 milhões, que poderiam chegar aos 40 se a procura assim o permitisse, isto depois de na campanha eleitoral se ter falado em 60 milhões.

Por mais voltas que se dê e atenuantes que se procure encontrar, esta operação nunca poderá ser considerada um sucesso e pior do que isso revelou até alguma falta de preparação da parte da Direcção, que mesmo que tenha razão no que diz respeito a falta de apoio dos bancos, não foi capaz de prever as dificuldades e reagiu algo tarde, quando a coisa já estava mesmo feia. Tivessem acordado mais cedo, provavelmente teriam tido o resultado desejado.

Quem se está a rir nesta altura é o Zé Maria, que sempre disse que esta gente não tinha capacidade para montar a operação e podem ter a certeza que mais tarde ou mais cedo, ele vai cuspir todo o ácido que tem guardado depois da sova que levou no dia 8 de Setembro.

Não percebo grande coisa desta matéria mas ao que parece os grandes investidores não acreditaram no produto Sporting, que se apresentou claramente desvalorizado pelo facto da anterior Direcção não ter conseguido cumprir as suas obrigações em tempo útil e por uma serie de disparates que se seguiram e que tiveram Bruno de Carvalho como o grande protagonista e principal culpado, isto para além da concorrência da Mota Engil também ter atrapalhado.

Sendo assim, aparentemente foram mais uma vez os Sportinguistas que se uniram e salvaram o Presidente daquilo que poderia ter sido um enorme espalhanço logo no seu primeiro grande desafio, que mesmo assim lhe deixou algumas marcas pouco positivas.

Esta situação fez-me lembrar o primeiro embate de Bruno de Carvalho quando os bancos lhe quiseram fechar as torneiras, obrigando os Sportinguistas a movimentarem-se perante essas vergonhosas manobras. Então, tal como agora, dizia-se que por detrás estava o dedo de Ricciardi, a grande diferença entre as duas situações foi a postura de um líder que desde logo foi para a frente dos galhos do touro, pronto para o que desse e viesse e outro, que mandou o seu contra cara para a primeira linha e procurou juntar todas as ajudas à sua volta.

São formas de liderança muito diferentes, mas a verdade é que Bruno de Carvalho fez a pega à primeira, enquanto Varandas pegou de cernelha. Venha o próximo touro, mas atenção que às vezes mais vale ir pelo seguro, do que ir parar ao hospital todo partido, como depois aconteceu com o outro.

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