A estreia de Keizer

Com apenas duas semanas de trabalho e com o plantel incompleto, Marcel Keizer aproveitou a sua estreia num jogo de Taça para experimentar um esboço daquilo que será o novo Sporting em versão holandesa.

A grande novidade foi a inclusão de Wendel na posição de médio mais próximo da linha da frente, numa equipa disposta num 4x3x3 de cariz marcadamente ofensivo, com o apoio constante dos dois laterais. Pelo menos enquanto pôde, o brasileiro até esteve bem.

 Deu para perceber que Marcel Keizer quer um futebol virado para a frente com muita mobilidade e troca de bola, mas neste primeiro ensaio houve passes falhados com fartura e principalmente pouca intensidade em termos defensivos, de tal forma que uma equipa do terceiro escalão como é o caso deste Lusitano, conseguiu chegar com perigo à baliza de Renan com relativa facilidade.

Outro ponto negativo deste primeiro jogo no novo modelo resultou do facto da equipa se ter apresentado coxa, pois Abdoulay Diaby não é claramente um extremo, enquanto Bruno Gaspar não está a aproveitar a lesão de Stefan Ristovski para ganhar um lugar na equipa. Com RaphinhaMarcos Acuña e ao que parece Matheus Pereira, a coisa pode e deve melhorar.

Voltei a gostar de Nemanja Gudelj, um jogador que está a subir de forma com os jogos e que parece sentir-se melhor sozinho ali no meio, do que no famoso duplo pivot que Peseiro usava. Estou para ver como é que a equipa e o sérvio se encaixam quando apanharmos aqueles especialistas em estratégias defensivas e muito venenosas no contra ataque, que abundam no nosso campeonato.

Cheira-me que vamos apanhar alguns sustos e sofrer mais golos do que é habitual, resta saber se conseguimos marcar ainda mais, ou se Marcel Keizer aprende depressa os truques do futebolzinho português e consegue encontrar o equilíbrio necessário entre o ataque desenfreado que ele trás da Holanda e o futebol medroso que herdou de um Peseiro traumatizado pelo seu passado. Aguardemos pelos próximos episódios.


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