Jogar para o pontinho

Costuma-se dizer que quem joga para empatar geralmente perde e ontem em Alvalade essa regra foi confirmada, num jogo onde José Peseiro optou por reforçar o meio campo com a entrada de Radosav Petrovic em detrimento de um avançado.

Foi pois um Sporting cheio de medo que entrou ontem em Alvalade, de tal forma que apesar da equipa ter feito uma 1ª parte aceitável, tentando pressionar alto, a verdade é que depois faltava sempre alguém lá na frente, pelo que os ataques dos Leões se resumiram a remates fora da área e alguns cantos.

Do outro lado o jogo foi encarado como uma oportunidade para rodar jogadores menos utilizados, com Unai Emery a deixar no banco estrelas como Ozil e Lacazette. Assim tivemos um Arsenal naquele registo despreocupado à espera de ver o que é que o jogo dava.

E deu uma 1ª parte morna onde a figura do jogo foi o arbitro, que depois de fazer vista grossa a dois pisões a jogadores do Sporting, foi rápido a mostrar o cartão a Marcos Acuña quando o argentino entrou de pitons à mostra sobre um adversário, isto já para não falar naquele lance em que Fredy Montero foi agarrado quando tinha tudo para se isolar.

A 2ª parte foi bastante diferente, primeiro porque o árbitro deve ter visto a porcaria que fez e até salvou o Sporting, ao marcar uma falta muito duvidosa num lance em que a bola entrou na baliza de Renan, um guarda redes que já tinha negado o golo aos avançados arsenalistas, que devem ter levado um valente puxão de orelhas ao intervalo.

De facto no 2º tempo as motas do ataque inglês começaram a acelerar e logo o Sporting recuou acantonando-se à frente da sua baliza, o que regra geral não dá bons resultados.

José Peseiro ainda tentou esticar a equipa com a entrada de Jovane Cabral provavelmente à espera que a velocidade e capacidade de explosão do cabo-verdiano pudessem dar saída no contra-ataque, coisa que a equipa até aí nunca tinha tido.

Não houve tempo para se ver se a ideia era boa ou não, pois Sebastián Coates meteu água e Welbeck não perdoou. Se calhar o melhor era ter metido mais um defesa.

No fim José Peseiro queixou-se da arbitragem e chorou pelo VAR. É verdade que não faz sentido que a UEFA esteja a adiar aquilo que é inevitável, mas no jogo de ontem não sei se o VAR ia servir de muito. Não estou a ver um árbitro à moda da UEFA a dizer ao outro para expulsar um jogador do Arsenal ainda na 1ª parte e quanto ao pretenso penalti sobre Nani, isso ainda pior. Já o golo dos ingleses, esse de acordo com as novas regras foi legal.

Falhou o pontinho e agora vamos ter de decidir a questão do apuramento com o Poltava. Calculo que José Peseiro já esteja assustado, mas até lá ele vai ter 7 joguinhos nas competições nacionais e as viagens a Inglaterra e ao Arzebeijão, para provar o que vale. Resta saber se sobrevive a tanta aflição.

Comentários