Entrevistas

A campanha entrou na fase das grandes entrevistas na Sporting TV, que começaram com os dois candidatos que centram a sua campanha neles próprios e não se pode dizer que Tavares Pereira tenha sido capaz de convencer alguém dos seus méritos para ser Presidente do Sporting Clube de Portugal só porque é um homem sério e trabalhador, enquanto Dias Ferreira apenas mostrou aquilo que já todos conhecemos dele. Enfim, é caso para se dizer que quem não tem programa caça com a sua fama.

Já a entrevista a Ricciardi foi um dos melhores momentos desta campanha, pois o banqueiro conseguiu realmente com um discurso claro e objectivo, mostrar os seus trunfos, que inegavelmente os tem, mas as manchas do passado estão lá e não vão desaparecer assim do nada. Ricciardi poderia e deveria ter sido Presidente do Sporting noutra altura. Não quis e o seu tempo passou.

Na 2ª feira entrámos nas partes cómicas com a entrevista de Madeira Rodrigues, que depois de tentar falar um pouco de si, na linha do que tem sido estas conversas na Sporting TV, lá caiu da burra abaixo e com ele levou Ranieri, assumindo o apoio à continuidade de Peseiro, mas não por convicção, apenas por conveniência, ou seja, fez precisamente aquilo que durante semanas acusou os outros candidatos de estarem a fazer. Depois acrescentou que estava em negociações com três jogadores desempregados, um dos quais é John Terry que segundo ele viria para ser o capitão sem braçadeira. O melhor ficou para o fim quando quase admitiu que vai abdicar em favor de Ricciardi e até sugeriu que Tavares Pereira e talvez Rui Rego pudessem fazer o mesmo.

Depois destas trocas tintas todas, realmente o melhor que nos podia acontecer foi a saída de cena deste Pedro Madeira Rodrigues, cuja a candidatura ficou completamente esvaziada com o avanço de Ricciardi pelo que é óbvio que iria ter um resultado residual, muito pior daquele que obteve em 2017. Mesmo assim e não contente com tantas tristes figuras, resolveu retirar-se a disparar contra os dois candidatos que lideram as sondagens, onde ele ia em último e está-se mesmo a ver porquê.

Ontem tive uma das maiores surpresas desta campanha com uma grande entrevista de Rui Jorge Rego, que conseguiu não só dar-se um pouco a conhecer, como até passar a sua mensagem de uma maneira muito clara e convincente. De certa forma eu senti em relação a ele a mesma coisa que tinha sentido quando vi e ouvi pela primeira vez Bruno de Carvalho, também numa grande entrevista e nesta altura percebo esta candidatura como uma forma de Rui Jorge Rego se apresentar aos sócios, um objectivo que acho que foi atingido com distinção e marcando muitos pontos. Atrevo-me mesmo a dizer que abstraindo-me das equipas e dos programas e focando-me apenas nos candidatos em si, Rego é o meu preferido. No entanto Paulo Lopo e muitos milhões vindos do Brasil são uma mistura explosiva à qual o Sporting nesta altura não se pode arriscar.

Hoje e amanhã teremos as duas últimas entrevistas, precisamente aos "meus" candidatos, mas infelizmente já não poderão influenciar a minha escolha, pois acabei de colocar no correio os meus 6 votos. Foi no último dia do prazo, com muitas dúvidas e sem grande convicção, mas isso explicarei mais tarde.

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