Eleições - Balanço

As eleições do dia 8 de Setembro de 2018 ficaram na história do Sporting como uma enorme manifestação de Sportinguismo, com os sócios leoninos a acorrerem em massa ao Estádio José Alvalade para votarem, estabelecendo um novo recorde de número de votantes, com a adesão de 22510 sócios, 44% dos cerca de 51 mil que estavam habilitados a fazê-lo, uma percentagem ligeiramente superior à das últimas eleições.

De notar ainda que a soma dos votos nulos com as abstenções se ficou pelos 2,52%, que reflectem o fracasso das campanhas de desmobilização e boicote encetadas pelo Presidente destituído e o cada vez mais insignificante grupo dos seus seguidores.

O Sporting Clube de Portugal foi o grande vencedor destas eleições, mas a tarefa que espera a nova Direcção não é fácil e é preciso ter a consciência de que há dois grupos acantonados à espera que a bola não entre na baliza. Sim, isto não são só os "brunetes", é preciso que não nos esqueçamos dos "croquetes".

É muito bonito falar em unir o Sporting mas sem vitórias no Futebol isso não vai ser possível, ainda por cima com uma Direcção que não teve maioria absoluta e numa temporada que não foi devidamente preparada.

Neste momento importante para a vida do Sporting não posso deixar de dar uma palavra de enorme apreço pela candidatura de João Benedito, que teve a grandeza de aceitar a derrota sem azedumes, apesar de terem tido mais votantes do que as listas vencedoras. Isto sim é à Sporting. Parabéns.

Pelo contrário Ricciardi limitou-se a um comunicado e a um video, onde faltou alguma humildade e um pedido de desculpas à agência de sondagens que foi acusada de manipular resultados, pelo candidato da lista B e por José Eduardo com os seus esgares de ódio, num programa da cmtv.

E por falar no canal do Correio da Manhã que dizer da cobertura dada ao evento com um apoio claro a uma candidatura, que culminou no patético anuncio de que afinal havia uma corrida a três e que a vitória até estava a ser disputada entre Ricciardi e Benedito, quando poucos minutos depois se veio a verificar que a lista B nem chegou aos 15%. Era bonito que o pateta do Neves de Sousa explicasse onde foi buscar aquela novidade, ou com que objectivos a espalhou.

Espero que a vitória de Varandas seja efectivamente um virar desta página negra da vida do Sporting, mas há aqui um factor que não pode nem dever ser esquecido, que tem o nome de Bruno de Carvalho. Quer queiramos, quer não, há um Sporting antes e depois dele.

O Presidente destituído elevou a fasquia a vários níveis, seja pela sua dedicação, seja pela sua determinação, ou seja pelo grau de exigência com que sempre norteou os seus objectivos. Graças a ele os Sportinguistas perceberam a real grandeza do nosso Clube que querem ecléctico e vencedor e que exigem que tenha a maioria na SAD.

Infelizmente Bruno de Carvalho também nos deixou uma herança má com os seus excessos, as suas
guerras cegas e a sua autocracia doentia, mas principalmente deixou uma mancha muito difícil de apagar como é o caso "cashball", do qual infelizmente ainda vamos ouvir falar muito e que em termos morais nos limita imenso na importante luta pela verdade desportiva, uma bandeira que sempre nos orgulhámos de ostentar.

Nesta altura andamos todos contentes com o que se passa na casa do vizinho, mas estamos a esquecer-nos da batata quente que Bruno de Carvalho nos deixou e, isso é algo que me preocupa e muito.

Como ontem se disse no auditório de Alvalade "hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas" o primeiro de muitos e trabalhosos dias, espero sinceramente que desta vez não me venha a arrepender do destino que dei aos meus 6 votos e que Frederico Varandas cumpra a promessa que fez ao seu avô e a todos nós, agarrado àquela triste medalha.




Comentários