Caderno de encargos - A Academia e a formação

Com a criação da Academia em 2002 demos um passo em frente e nos anos seguintes colhemos os frutos dessa linha de produção de talentos, mas depois os outros abriram a pestana, copiaram o modelo e meteram muito dinheiro em cima, enquanto nós desinvestíamos e ficávamos à sombra da bananeira.

É portanto fundamental voltar a investir na formação, principalmente no trabalho de detecção e desenvolvimento de talentos, mas também na valorização das instalações.

Por outro lado dos nove jogadores que apresentaram a rescisão unilateral dos seus contratos cinco foram formados em Alcochete e nenhum deles voltou atrás, ao contrario dos outros quatro, sendo que um deles só não regressou porque não o Sporting não quis.

Há obviamente uma clara falta de cultura sportinguista nestes rapazes, algo que não vem de agora. Futre, Simão, Moutinho, e Bruma são quatro exemplos de jogadores de épocas diferentes que cuspiram no prato donde comeram, mas a lista é muito maior. Portanto o problema não é novo, resta saber como resolvê-lo.

Varandas e Benedito tem sido os mais objectivos nesta temática, mas Tavares Pereira também detectou o problema e garantiu que vai virar tudo do avesso. Já Dias Ferreira prefere prometer uma nova Academia mais perto de Lisboa, como se fosse esse o problema, ou se houvesse dinheiro para tanto. Quanto a Ricciardi criticou as críticas, para ele parece que está tudo bem em Alcochete. Rego também defende a aposta na formação, mas quanto à questão da cultura sportinguista passou ao lado.

Nesta matéria parece-me claro que Varandas vai muito à frente, principalmente porque esteve lá nos últimos 7 anos e sendo assim percebeu claramente o que está mal e apresentou várias soluções, enquanto Benedito simplesmente acredita na capacidade da sua equipa em passar a cultura sportinguista pelas experiências vividas. É importante, mas não chega.

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