Os primeiros frente a frentes

Depois do geral de domingo, começaram os debates a dois e logo a abrir tivemos o frente a frente entre Benedito e Varandas, onde se notou da parte deste algum cuidado em não entrar pela agressividade excessiva que o prejudicou no primeiro grande embate. Assim tivemos uma conversa entre amigos que terminou com um empate pouco esclarecedor em relação às diferenças entre os dois candidatos com os quais eu mais simpatizo.

O mesmo já não se pode dizer em relação ao confronto entre Madeira e Rego. Perderam os dois e está tudo dito.

Seguiu-se o encontro amigo entre o Zé Eugénio e o João. Aquilo foi só abraços e beijinhos porque a única coisa que os separa é a idade. O "filho" bem que podia adoptar o "pai" e sempre somava mais alguns votos e poupava o velhote a um resultado residual. Mas obviamente não vai acontecer.

Ontem a coisa finalmente aqueceu com o debate entre aqueles que me parecem ser os candidatos mais fortes e Ricciardi abafou Varandas. Não pelas ideias, mas pelo barulho que fez, interrompendo constantemente e pela sua postura arrogante do gajo que está habituar a mandar naquilo tudo.

Varandas adoptou uma postura defensiva claramente por estratégia, mas teve tantas oportunidades para contra atacar e nada. Falta-lhe o dom da palavra, o que o prejudica muito nestes debates. Podia ter goleado tantos os buracos que o outro abriu.

Ricciardi pelo contrário é sempre a aviar, mas como diz o povo "quem muito fala, pouco acerta" e o banqueiro fartou-se de rematar ao lado. Ele até descobriu que o Paulinho não tem condições para ser Presidente do Sporting, uma referência infeliz que Varandas bem podia ter aproveitado para o informá-lo que o nosso roupeiro não é o único a não reunir essas condições, sendo que o próprio Ricciardi também se encontra nessa posição, mas por razões muito piores.

Outra coisa que Varandas não foi capaz de explicar, é que enquanto Director Clínico do Sporting sempre foi um funcionário respeitado por todos e enquanto tal obviamente que não lhe cabia fazer reparos aos presidentes com quem trabalhou e que a sua cota parte nos resultados das equipas de futebol do Sporting se resume à capacidade de evitar e recuperar lesões e nisso todos lhe reconhecem méritos. Para além disso não faz qualquer sentido atribuir-lhe responsabilidades nas rescisões apresentadas pelos jogadores, da mesma forma que seria extemporâneo atribuir-lhe méritos pelos regressos de alguns desses jogadores.

Varandas tentou e conseguiu de certa forma manter o debate na área do futebol, mas mesmo aí só tocou ao de leve num dos pontos fracos de Ricciardi , que é obviamente o José Eduardo, um homem que se prestou ao triste trabalho que todos conhecem no caso de Marco Silva e que agora aparece armado em grande senhor que nos vai fazer um especial favor ao vir para o Sporting porque Ricciardi lhe telefonou quase a chorar. Para isso já nos bastou o Soares Franco que só tinha duas horas por dia para dar ao Clube que presidia. Portanto o Zé que volte lá para a sua vida maravilhosa no meio dos tachos e deixe o Sporting para quem não fique aliviado se perder as eleições.

Outro flanco que Ricciardi abriu e Varandas não foi capaz de aproveitar, foi o pretenso apoio de Godinho Lopes ao médico, lançado para a mesa como se fosse um beijo da morte. Então não foi o Ricciardi que apoiou o Godinho quando este foi Presidente, numa altura em que para se chegar ao cadeirão era preciso a bênção do banqueiro que terá sido o responsável pelas subidas ao trono de Soares Franco, Bettencourt e Godinho, isto para além de ter patrocinado Couceiro.

Enfim, eu não diria que o Varandas ganhou o debate pois ele não o soube fazer, mas antes que o Ricciardi o perdeu.

O pior disto tudo é que ainda faltam 17 dias.

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