Os grandes desafios de Sousa Cintra

José Sousa Cintra foi o eleito da Comissão de Gestão para presidir a Sporting SAD, num período tão importante como é este, em que se lançam os alicerces da época e ainda por cima num cenário de guerra civil.

A escolha até se compreende pois trata-se de alguém com alguma experiência na matéria, mas na verdade não me entusiasma, pois nunca gostei deste artista que em 6 anos à frente do Clube pouco ou nada de jeito fez, com a agravante de ter colocado o Sporting no topo do anedotário nacional.

Que eu me lembre a única vez que ele realmente me entusiasmou foi quando se vingou daquilo que o Benfica nos tinha feito no tempo do "bigodes", em que se aproveitaram do facto de haver ordenados em atraso para fazerem uma limpeza geral em Alvalade, indo ao ponto de atacarem juvenis entre os quais se encontravam Figo e Peixe, mas não houve modalidade que escapasse, embora do futebol sénior só tenham levado o Fernando Mendes, pois também não havia muito mais por onde pegar.

O mais engraçado é que agora o Vieira vem dizer que não se esqueceu do que aconteceu há 25 anos atrás. É preciso ter muita lata.

Mas voltando à actualidade, Cintra começou por despachar Mihajlovic, o que também se compreende atendendo aos custos e à duração desta destrambelhada contratação feita já no período de total descontrolo de Bruno de Carvalho. Resta saber se o Sporting se consegue ver livre deste sérvio sem custos.

Para o seu lugar Cintra não conseguiu melhor do que José Peseiro, um treinador que ficou marcado pelo rótulo do "quase" na sua anterior passagem pelo Sporting e que daí para a frente tem coleccionado insucessos por onde tem passado.

O problema é que dificilmente o Sporting arranjaria melhor, pois não era qualquer um que se ia querer meter num buraco destes, ainda por cima sabendo-se que em Setembro teremos uma nova Direcção. Enfim saúde-se a coragem de Peseiro, a quem obviamente eu desejo os maiores sucessos, embora não tenha muita fé nele.

Sousa Cintra no seu jeito "apatetado" lá começou por lhe pedir o título, embora reconhecendo que "sem ovos não se fazem omeletes",  pelo que agora a sua missão passa por construir um plantel digno das exigências que fez.

Para já o objectivo parece ser recuperar pelo menos alguns dos jogadores que apresentaram a rescisão unilateral dos seus contratos, o que me parece um bom caminho, principalmente em relação àqueles que continuam a merecer algum respeito da minha parte e que são Bruno Fernandes, Rodrigo Bagtaglia e Bas Dost, jogadores com um, ou no caso do holandês, dois anos de casa, e que tiveram rendimento alto revelando-se excelentes profissionais, pelo que não há nada a dizer deles e até compreendo que se queiram pôr a milhas de um Clube onde foram maltratados.

Mesmo em relação aos mais novos, estarei disposto a aceitar um entendimento, afinal são miúdos que estão rodeados de gente que se quer aproveitar deles e se calhar foram na conversa.

O mesmo já não se poderá dizer em relação aos dois capitães de equipa, principalmente àquele que liderou este processo. Ele foi o primeiro a publicar no instagram a declaração de guerra ao então Presidente do Sporting, foi o primeiro a virar as costas aos adeptos na Madeira, foi o primeiro a apresentar a rescisão unilateral do seu contrato e o primeiro a assinar por outro clube.

Estamos a falar de um jogador com 30 anos que deve tudo o que é ao Sporting, onde chegou quando ainda era uma criança e que a troco de alguns milhões não hesitou em cagar no Clube sem uma palavra de justificação para os sócios e adeptos leoninos. Este menino que estava à beira de se tornar no futebolista com mais jogos oficiais disputados ao serviço do Sporting, trocou um lugar eterno na história do Clube por um molhe de notas, pelo que se terá sempre a minha admiração enquanto um excelente guarda redes que é, também será para sempre o judas patrício e neste caso acho que o Sporting deve ir até às últimas consequências, rejeitando todo e qualquer acordo com ele, com o clube da treta que o contratou e com o empresário sem escrúpulos que o empurrou para este lamentável caminho, aproveitando assim para sacar dinheiro que deveria ter entrado nos cofres do Sporting.

Quanto ao outro que lhe tem seguido as pisadas, julgo que ainda poderá haver um acordo se porventura surgir algum clube disposto a pagar 25/30 milhões de Euros por ele. Caso contrário também defendo que se deve ir para a guerra até ao fim. É claro que podemos ficar a chuchar no dedo, mas pelo menos a dignidade não se perde.

São pois estes   os grandes desafios de Sousa Cintra, duvido é que ele esteja à altura dos mesmos.


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