Decepcionaste-nos Bruno

Bruno de Carvalho não desiste, ele que teve tudo para ficar na história como um dos grandes Presidentes do Sporting, acabou por se tornar no primeiro a ser destituído pelos sócios Clube por indecente e má figura, coisa que até Godinho Lopes teve a clarividência de evitar.

Apoiei-o praticamente desde a primeira hora, acreditei nele, revi-me em quase tudo o que fez e disse, embora muitas vezes discordasse da forma, mas nestes últimos meses ele transformou-se por completo, ou mostrou a sua verdadeira faceta marcada por uma enorme autocracia, achou-se o dono do Sporting, agarrando-se ao lugar como um naufrago a uma tábua de salvação, quando era evidente que as circunstancias o obrigavam a abrir caminho para eleições antecipadas que até poderia ganhar.

Decepção é a palavra que melhor define o meu sentimento em relação a Bruno de Carvalho, o Presidente que me entusiasmou ao conseguir mudar a face do Sporting em 5 anos, mas que depois destruiu quase tudo em apenas três meses, deixando o Clube envolto num processo de corrupção, numa guerra com os futebolistas que se transformou numa guerra civil opondo Sportinguistas a Sportinguistas, tudo porque ele se achou acima do Clube.

Depois de ter tentado atropelar os Estatutos inventando uma comissão transitória da MAG com o intuito de reforçar e perpetuar os seus poderes, Bruno de Carvalho foi obrigado pela força dos Tribunais a submeter-se à suprema humilhação de ser destituído pelos sócios, e logo reagiu a quente no seu jeito bruto, mas lá teve que aceitar as evidências e agora aparece humildemente a reconhecer os seus erros tentando convencer-nos de que aprendeu com eles, no entanto já todos percebemos que a sua natureza é a do escorpião, pelo que nunca resistirá a tentação de ferrar a tartaruga logo que se apanhar em cima dela.

Uma coisa é certa, Bruno de Carvalho perdeu o meu apoio e o da maioria dos Sportinguistas, quando atraiçoou princípios que são sagrados e que sempre fizeram parte do nosso ADN, pelo que não são negociáveis. Dos quase 90% obtidos em Fevereiro, ele passou para 28% em Junho e se conseguir ir a votos em Setembro, arrisca-se a ter um resultado igual ou parecido ao de Madeira Rodrigues em 2017.

O ideal, até por uma questão de esclarecimento da situação, seria que Bruno de Carvalho pudesse concorrer às eleições do dia 8 de Setembro, mesmo que isso signifique uma campanha nivelada por baixo, mas não sei se tal será legalmente possível e ele é o único responsável por isso, ao ter escolhido o caminho da intransigência, recusando demitir-se e cometendo atropelos inqualificáveis.

Bom, para dizer a verdade o ideal mesmo era que ele reconhecesse que desperdiçou a sua oportunidade e que o seu tempo já passou, pelo que o melhor seria retirar-se, pelo menos até ver, contribuindo assim para a pacificação de uma situação pela qual ele é o grande responsável. Mas já se sabe que ele nunca terá esse discernimento, pelo que não vai mesmo desamparar a loja e vai pelo menos andar por aí, principalmente se a coisa der para o torto. Aliás, acho que nesta altura é isso que ele quer, o papel de vitima que provavelmente é a única coisa que lhe resta e quanto ao resto quanto pior, melhor.


Comentários