Eles não querem paz

Já não acredito que alguém do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal se demita, pelo que tudo indica que no dia 23 teremos uma Assembleia Geral de cortar à faca, com sérios riscos de dar para o torto.

Sendo assim é importante que se criem condições não só de segurança, mas também para que não haja a mínima dúvida sobre a forma com esta Assembleia Geral decorrerá e principalmente em relação aos resultados da mesma.

Atendendo a que houve uma providencia cautelar que confirmou a ilegalidade da comissão transitória inventada por Bruno de Carvalho e que uma segunda providencia cautelar confirmou que a MAG liderada por Marta Soares está em pleno uso da suas funções, parece-me que as ilegalidades cometidas pelo Conselho Directivo perderam efeito, pelo que deixa de fazer sentido a suspensão preventiva dos membros do mesmo.

Para além disso parece-me óbvio que realizar uma Assembleia Geral de destituição sem a presença dos visados, que assim não se poderão defender, é algo que não é aceitável, pelo que na minha opinião a suspensão preventiva deveria ser levantada.

Não sei se estatutariamente isto é possível, mas acho que só deveriam ser permitidas duas intervenções nesta Assembleia Geral, uma de apresentação das razões para a destituição e outra do Presidente em sua defesa, sendo que deveriam ser limitadas em tempo, no máximo de 30 minutos.

Julgo também que o primeiro ponto da convocatória se sobrepõe ao principal motivo desta Assembleia Geral, pelo deve ser suprimido, talvez por proposta de um sócio que seguramente seria facilmente aprovada. Não vale a pena prolongar a discussão nem exaltar ainda mais os ânimos. Queremos é votar.

A contagem dos votos é um factor fundamental para que tudo corra bem, pelo que todo o cuidado é pouco e será fundamental a presença de um representante dos visados em cada uma das urnas na altura do escrutínio, para que não haja a mínima das dúvidas sobre o resultado final, nem que sejam precisos três dias para isso.

Se o resultado for favorável à destituição, o Presidente da MAG deve nomear uma comissão de gestão para substituir interinamente a Direcção, mas que não terá legitimidade para tomar decisões de fundo e, marcar eleições gerais no prazo mais curto que for estatutariamente possível, sendo que neste caso não sei se Bruno de Carvalho se poderá recandidatar, embora me pareça que isso seria muito importante para uma clarificação ainda nítida mais da situação. Se pelo contrário for votada a permanência da Direcção, devem ser imediatamente marcadas eleições para a MAG e para o CFD e a oposição deve meter o rabinho entre as pernas e deixar Bruno de Carvalho seguir o seu rumo, sem suspensões preventivas feitas à pressa.

E foi nesta altura que eu acordei e percebi que nada disto se irá concretizar, porque de um lado temos um grupo de pessoas que já só quer vingar-se e derrubar Bruno de Carvalho e do outro este parece já ter percebido que está num beco sem saída, pelo que tudo fará para boicotar a Assembleia Geral, seja colocando em causa a fidedignidade da mesma, seja recorrendo aos tribunais em relação à legitimidade da MAG, isto já para não falar dos arruaceiros do costume que lá estarão prontos para transformar aquilo num verdadeiro Cais do Sodré em noite de marinheiros.

Pelo que percebi da última entrevista de Bruno de Carvalho ele vai tentar impedir a realização da Assembleia Geral com uma providência cautelar, duvido que tenha êxito, pelo que acredito que vamos ter "festa" no dia 23 e aí com resultados imprevisíveis, pelo menos no que diz respeito ao número de baixas.

Se porventura for possível chegar a um veredicto, não tenho dúvidas de que Bruno de Carvalho será destituído. Ele que até tinha hipóteses de ganhar umas eleições se se tivesse demitido no epicentro da crise, ao não o fazer afundou-se em manobras inadmissíveis como o atropelo dos estatutos, levou com 9 rescisões de contratos em cima e agora depois de derrotado pelas providências cautelares, prepara-se para perder por falta de comparência, ao mesmo tempo que já põe em causa os resultados da Assembleia Geral mesmo antes dela se realizar. Por onde andará o Bruno de Carvalho de 2013?

Concluindo, ainda não temos uma nova Direcção e já temos o líder da oposição no seu papel de vitima, ou mesmo de mártir, portanto a guerra vai continuar e quem paga é o Sporting.






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