Adeus Jorge Jesus

Uma Supertaça e uma Taça da Liga é o balanço final das três épocas de Jorge Jesus no comando da equipa principal do Sporting, um pecúlio manifestamente curto para aquele que foi o treinador mais caro da história do futebol leonino e para os fortes investimentos feitos no plantel durante estes três anos.

Considero Jorge Jesus um bom treinador e atendendo às circunstâncias que se viviam na altura, a sua contratação foi um grande tiro da parte de Bruno de Carvalho, que simultâneamente deu uma alfinetada no rival e calou a contestação resultante da saída de Marco Silva.

A primeira época de Jorge Jesus no Sporting foi excelente, mas todas as forças se uniram para o impedir de ganhar o campeonato, algo que a famosa estrutura do Benfica não poderia permitir, mas hoje sabe-se como é que isso foi conseguido.

Seguiram-se dois terceiros lugares e se a época 2016/17 foi realmente muito fraca, a que se seguiu até poderia ter sido positiva, mas a guerra entre o Presidente e os jogadores acabou por deitar tudo a perder e teve o fim trágico que todos conhecemos.

Nesta situação o treinador acabou por ser  menos culpado e dentro das suas possibilidades lá tentou minimizar os estragos, embora se possa dizer que não conseguiu impedir que os jogadores respondessem à letra ao Presidente, do qual se foi progressivamente afastando, o que se percebe pois nenhum treinador sobrevive sem os jogadores do seu lado.

Sendo assim não haviam condições para que Jorge Jesus continuasse, pelo a saída a bem é sem dúvida uma boa solução para todos.

O principal mérito de Jorge Jesus nesta sua passagem pelo Sporting acabou por ser a valorização de alguns jogadores e se não fosse a anormalidade que se vive hoje no Clube, poderíamos até dizer que ele deixava um plantel de grande qualidade. Mas isso agora não se sabe como irá acabar.

Falhada que foi a contratação de Scolari, e na minha opinião ainda bem, não vai ser fácil arranjar um substituto à altura de Jorge Jesus, pelo que atendendo às circunstâncias que se vivem, eu até aceitaria o regresso de Augusto Inácio ao comando da equipa. Era uma solução barata que deixaria espaço para uma futura Direcção tomar outras opções, pois julgo que a situação actual não se vai prolongar durante muito mais tempo, pelo que me parece que não será boa ideia contratar um treinador caro e de resto duvido que alguém com peso se queira meter num barco que está em pleno naufrágio.

Para finalizar resta-me desejar a melhor das sortes a Jorge Jesus, um treinador que até pode não ser tão bom como ele mesmo apregoa, uma bazofia que lhe tem saído caro, mas que nos deu alguns momentos de bom futebol e que em determinada altura nos fez acreditar. Foi pena que não o tenham deixado ganhar aquele campeonato, tudo teria sido diferente.



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