O derby dos zeros

O "derby dos milhões" afinal foi o "derby dos zeros", logo a começar pelo resultado final, embora haja que dizer que foi o Benfica que tentou ganhar o jogo e que mais perto esteve de o conseguir, o que até se compreende pois eles tinham de marcar pelo menos um golo para saírem de Alvalade em vantagem na luta pelo 2º lugar.

Rui Patrício e os postes foram o garante dos zeros, mas Bas Dost também ajudou quando "não quis marcar", como diria o nosso Presidente, que felizmente já não vai ao facebook, caso contrário teria seguramente todas as razões do mundo para logo ao intervalo desancar na atitude zero dos jogadores que não ganhavam uma bola dividida, perante uma equipa que pelo menos lutou e correu sempre mais.

Andamento zero foi o que se viu da parte do regressado William Carvalho, pelo que a alteração no seu posicionamento efectuada ao intervalo veio dar mais equilíbrio ao meio campo do Sporting, que começou finalmente a ter bola, mas faltou o resto, atacar a baliza de Varela a sério.

Completamente a zero parecem estar Bruno FernandesGelson Martins e Bas Dost, espremidos até à última, numa época muito desgastante, mas ontem ao deficit físico somou-se a inspiração zero.

E por falar em zeros, o que dizer das declarações do treinador do Benfica no final do jogo. O homem parece que já percebeu que lhe querem pôr os patins, pelo que estalou-lhe o verniz. Um gajo que ganhou dois campeonatos à conta dos padres e das missas a queixar-se de uma arbitragem que no balanço final até o beneficiou, é porque realmente chegou ao ponto zero. E o mais engraçado é que ainda teve o desplante de se auto proclamar como um exemplo para os mais novos. Pode-ser que lhe arranjem um contrato com alguns zeros lá para os lados das Arábias.

Mas já que falamos da arbitragem temos também de lhes dar nota zero. Num jogo difícil Xistra começou por apitar a tudo, desde que fosse fora da área, evitou dar amarelos, recusou-se a expulsar quem mereceu ir tomar banho mais cedo e acabou a marcar uma falta que ninguém viu, não fosse haver confusão já depois dos 7 minutos que ele acrescentou ao jogo. Ou seja, fugiu das suas responsabilidades como o diabo foge da cruz e ainda por cima teve a ajuda de um fiscal de linha que anulou um lance onde Gelson Martins ficava isolado e não viu uma agressão mesmo à sua frente. Mas como se tudo isto não bastasse, Xistra também não teve a ajuda do VAR que fechou os olhos a pelo menos um penalti claríssimo e a duas expulsões indiscutíveis. Só faltou dizerem que aquilo não era nada com eles.

O mais incrível dos zeros foi o facto de Ruben Dias ter chegado ao fim do jogo com zero cartões. Não há jogada em que o homem não faça uma falta. São agressões, entradas com força excessiva, saltos de karateka, albalroamentos, empurrões, vale tudo perante a passividade dos árbitros. E ainda dizem que o rapaz tem de ir à Selecção. Só se for a de luta livre.

Abaixo de zero estiveram as claques. O que será que estão à espera para prenderem estes criminosos que gozam da protecção da policia, indo ao ponto de pôr em risco a integridade física dos jogadores da sua própria equipa, isto já para não falar no perigo que se tornou ir ao futebol, tudo graças a estes animais. Tolerância zero para eles, é o que se pede.

A única coisa que não esteve a zero foi a pulsação dos sportinguistas, condenados a sofrerem até ao fim e à medida que o tempo passava íamos todos sentindo que a equipa estava a jogar no fio da navalha pelo que uma desatenção seria fatal. Em tempos não muito distantes tínhamos ido na aragem e no fim o estadista estaria na sala de imprensa a gozar o prato, enquanto o outro diria que fora tudo limpinho, limpinho.

No final como disse Jorge Jesus, o empate foi um mal menor, mas agora falta ganhar na Madeira, caso contrário este derby passa a ser o dos zero milhões. E atenção porque até lá vai valer tudo.







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