A última oportunidade

Ontem foi dia de festa para os entusiastas de uma das modalidades mais praticadas nos últimos anos na comunicação social portuguesa, o "tiro ao bruno". Até os esqueletos apareceram num desfile que gerou de parto espontâneo de um candidato à Presidência do Sporting Clube de Portugal. Contra o sobrinho neto do Pinheiro de Azevedo, nada como o sobrinho neto do Travassos, já que o do Peyroteo não chegou lá.

Ora aqui está o resultado dos excessos de Bruno de Carvalho que mais uma vez se pôs a jeito, perdendo todas as razões que tinha para estar furioso, ao colocar-se na posição de foco destabilizador do Sporting e logo no alvo fácil de todas as criticas.

O mais preocupante é que ele parece não perceber que estas suas reacções em cima do acontecimento, ainda por mais vindas de alguém com um temperamento feroz, estão a "matá-lo" e a prejudicar o Sporting, de tal forma que chegámos a um ponto em que o copo está de tão cheio que já começou a derramar. Agora, ou pára, ou parte.

Chegou à altura de Bruno de Carvalho decidir se quer efectivamente ser o grande Presidente que o Sporting precisa e que ele com o seu entusiasmo já mostrou que pode ser, ou se simplesmente não é capaz de atraiçoar a sua natureza impulsiva, que o leva a estragar tudo com os seus ataques de fúria quando se pede cabeça fria.

Não conheço pessoalmente Bruno de Carvalho e não sei se tenho o direito de lhe pedir que tenha calma, que largue a porcaria do facebook, ou que ouça antes de agir por impulso, mas como sócio e seu apoiante desde a primeira hora, posso dizer-lhe que não tenho a sua energia e que já estou cansado de o defender em frentes de combate desnecessárias. Olhe para o lado e para trás e ouça os seus oficiais e sargentos.

Mas se toda a gente bateu no Presidente, que realmente se pôs a jeito, a verdade é que o que os jogadores fizeram foi imperdoável e deve ter consequências. Esta rapaziada ganha fortunas e não pôde achar-se acima de qualquer critica, e muito menos acima do próprio Clube.

Nesta altura não se sabe bem o que se passou nas reuniões de ontem, mas para já prevaleceu algum bom senso, com Jorge Jesus a assumir o papel de cola, no entanto resta saber como é que a equipa vai responder em campo, sendo que a paciência dos sportinguistas chegou ao limite. Um mau resultado, ou outra exibição miserável, vai gerar reacções desagradáveis por muitos apelos que o treinador faça ao apoio à união dos adeptos.

Pelo que se sabe neste momento vive-se uma paz podre que só vai durar se a equipa for capaz de ir ganhando no campo o que não vai acontecer sempre, pelo que será necessário que alguém seja capaz cortar rapidamente a direito, o que só será possível se todos assumirem os seu erros.

O Presidente tem de reconhecer que errou ao criticar publicamente os jogadores e deixar bem claro que nunca quis pôr em causa o profissionalismo de ninguém e que está totalmente ao lado deles, e os jogadores tem de assumir que não podiam criticar publicamente o Presidente e aceitar as punições previstas para o efeito nos regulamentos internos do Clube.

Tudo o que ficar aquém disto, será o prolongar de uma crise em que todos ficarão a perder e em que o Sporting será o grande derrotado. Resta saber se ainda vamos a tempo e se há alguém capaz de pôr ordem na casa. Alô Marta Soares! Onde pára o representante máximo dos sócios?

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