Quando já ninguém acreditava

Hoje para variar vou começar pelo fim, ou seja pelo golo de Sebastián Coates que deixou o país futebolístico em verdadeiro estado de choque, de tal forma que não posso deixar de comparar estas manifestações de grande indignação, com a forma passageira como foi encarada uma situação em tudo idêntica que recentemente aconteceu no jogo do Benfica no Restelo.

Até compreendo a revolta da rapaziada de Tondela, pois perder daquela forma doí e reconheço que eles terão razões para pensar que o tempo de compensação concedido pelo árbitro foi excessivo, embora se formos por aí o Sporting também terá as suas razões de queixa, senão vejamos:

Na 1ª parte por volta dos 17m houve uma interrupção de 1,50m para assistir um jogador do Tondela. No final o árbitro deu 1 minto de compensação e nem deixou o Sporting marcar um canto de que benificiou precisamente ao minto 46.

Na 2ª parte o árbitro deu 4 minutos de compensação, quando só no momento da expulsão do Jérémy Mathieu o jogo esteve interrompido 2,15m, havendo ainda a registar as substituições durante as quais se perderam cerca de 2,30m. Ou seja João Capela até foi muito poupadinho nas suas contas e sempre em prejuízo do Sporting.

Mas agora vamos ao que se passou nos últimos minutos do jogo:

*89.40' jogo interrompido durante cerca de 30s. porque Delgado retardou a marcação de uma falta e ficou no chão a calçar uma bota.

*Durante o tempo de compensação o Tondela beneficiou de 3 pontapés de baliza que o guarda redes aproveitou, como é costume nestas ocasiões, para ganhar tempo e foram cerca de 30 segundos de cada vez.

*O jogo foi interrompido aos 93.40' e recomeçou aos 96,08' com o Sporting a marcar aos 98.01'. Portanto 2 minutos de compensação à compensação, até acabam por ser aceitáveis, pelo menos para quem está a perder, embora possam parecer incompreensíveis para quem está a ganhar.

O verdadeiro problema está no facto dos árbitros terem nas suas mãos este poder discricionário de darem os tempos de compensação que bem entendem e como entendem, na maior parte das vezes com critérios pouco rigorosos, como mais uma vez aconteceu ontem, mas neste momento é isto que temos e por isso os jogos acabam quando o árbitro apita e o resto é conversa, principalmente quando vem de onde vem.

Tudo isto só se resolverá quando a cronometragem dos jogos passar a ser feita com critérios objectivos, um passo inevitável principalmente depois da introdução do VAR, mas sobre isso eu já escrevi aqui http://leoceano.blogspot.pt/2018/01/tempos-de-compensacao.html

Agora vamos a umas breves notas sobre um jogo em que o Sporting voltou a entrar a dormir e a levar um golo muito cedo. Valeu o regresso de Bas Dost, mas ás vezes parece faltar alma a esta equipa.

Na 2ª parte Jorge Jesus apostou em Seydou Doumbia, uma alteração que não estava a resultar pois a equipa voltou a entrar mal, e que com a expulsão de Jérémy Mathieu ficou de certa forma esvaziada, pois o marfinense passou a ter de ajudar no meio campo, o que não é propriamente a sua praia.

É verdade que a equipa nunca desistiu e que Jorge Jesus arriscou até onde pôde, acabando por ser premiado com um golo do ponta de lança Sebastián Coates, mas esta equipa não encanta e está a ganhar sempre em esforço, enquanto o treinador se queixa de que nem tempo há para treinar e não pára de dizer que estar em todas as frentes tem um preço que mais tarde ou mais cedo se vai ter de pagar.

Faltam dois jogos até ao Dragão, e num deles até dá para gerir a vantagem conquistada em Astana, portanto vamos lá a ganhar ao Moreirense, para depois então se ver de que massa é feita esta equipa, em que o próprio Jorge Jesus parece não acreditar.

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