À italiana

Na ante-visão ao jogo de ontem, Jorge Jesus afirmou que o Sporting era uma equipa cínica que jogava à italiana, uma ideia que reforçou na conferência de imprensa que se seguiu ao jogo, onde afirmou que nesta altura a equipa não conseguia ter uma intensidade muito alta e que por isso tinha de ser pragmática, deixando um reparo à ansiedade vinda das bancadas. Só é pena que tenha faltado um pouco desse pragmatismo em Setúbal, daí também o nervosismo que sobressalta os sportinguistas nestas alturas.

Foi de facto um jogo de nervos em que desde o primeiro minuto se percebeu que Pedro Martins tinha visto a Final da Taça da Liga, pelo que este Vitória ia tentar copiar o outro, mas com mais qualidade. De facto os vimaranenses tentaram bloquear a saída de bola de um Sporting enervantemente lento, apesar de Jorge Jesus ter tentado dar mais velocidade à equipa ao fazer regressar ao onze Marcos Acuña, ao mesmo tempo que lançava Stefan Ristovski, aproveitando para dar descanso a um Cristiano Piccini que defende melhor do que ataca, uma troca que na minha opinião faz todo o sentido, principalmente na ausência de Gelson Martins e atendendo às soluções que não há para o substituir.

Tivemos pois uma 1ª parte insonsa, e assim o zero a zero foi o melhor que se pôde arranjar, pelo Jorge Jesus resolveu logo ao intervalo mexer na equipa, apostando outra vez em Fredy Montero, que realmente está muito longe do jogador que conhecemos na sua anterior passagem por Alvalade. Esperemos que seja só falta de ritmo de jogo.

As preocupações aumentaram com a lesão de Bas Dost, até porque se previa que a bola começasse a chegar mais vezes à área do Vitória, onde se notou a ausência do holandês, principalmente nos cruzamentos, mas Seydou Doumbia trás outras coisas à equipa e só é pena que seja um pouco trapalhão.

O que é certo é que na 2ª parte tudo foi diferente e Marcos AcuñaSeydou Doumbia e Bruno César, que entrou muito bem, podiam ter marcado, mas foi o super Jérémy Mathieu que resolveu à ponta de lança, depois de Marcos Acuña ter obrigado Douglas à defesa da noite. Estava feito o resultado.

No final do jogo Jorge Jesus destacou a alma de leão de Fábio Coentrão, mas quem carregou a equipa para a frente e marcou aquele golo milagroso, numa altura em que os sportinguistas já não tinham unhas para roer, foi o central francês, um verdadeiro gigante durante todo o jogo.

E pronto, já chegámos ao 1º lugar, mesmo que se saiba que o FC Porto ainda tem 45 minutos para dar a volta ao Estoril. E por falar na Amoreira, domingo há mais. Vamos a ver se com, ou sem  Bas Dost, e quais as soluções que Jorge Jesus nos reserva para mais um jogo onde só se pode ganhar.


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