Viva a abundância

Depois da vitória do Benfica em Braga, o Sporting recebeu o Desportivo da Aves num jogo onde Jorge Jesus já com o plantel praticamente todo disponível, voltou a apostar no seu onze mais ofensivo, com a surpreendente novidade de Rúben Ribeiro ter assumido a titularidade em vez de Daniel Podence.

Tratam-se de dois jogadores muito diferentes, pois enquanto o baixinho é mais dinâmico e irrequieto, o novo reforço vindo do Rio Ave tem uma técnica mais apurada e prefere os terrenos que hoje se convencionou chamar "entre linhas", podendo comparar-se a um Alan Ruiz com menos poder de fogo, mas mais compromisso com a equipa e sem tiques de vedeta feita à pressa.

Diga-se que Rúben Ribeiro com apenas 4 dias de Sporting revelou algumas naturais dificuldades de entrosamento, mas teve a coragem de procurar sempre a bola e o mérito de desbloquear o marcador numa jogada de pura magia individual, salvando o seu treinador das criticas já engatilhadas pela trupe dos comentadores encartados.

Este golo surgiu mesmo na altura certa, quando a equipa das Aves começava a enervar os sportinguistas com o seu futebol muito fechado e sempre perigoso a sair para o contra ataque, sem esquecer as demoras na reposição da bola, que começaram logo no primeiro minuto. Enfim o futebolzinho à antiga portuguesa.

Se Rúben Ribeiro foi o protagonista do primeiro momento do jogo, a barra da baliza de Rui Patrício esteve em destaque no segundo, e a diferença ao intervalo foi marcada pela eficácia de Bas Dost, com dois remates e um golo. É isto um ponta de lança a sério.

De resto a exibição não tinha sido brilhante, com jogadores como Cristiano PicciniBruno FernandesGelson Martins e Marcos Acuña, algo abaixo das suas possibilidades. No caso do italiano até se percebe pois vem de uma paragem, já nos outros parece haver um certo desgaste. Vamos ver como se aguentam neste ciclo de grande sobrecarga de jogos que aí vem.

A 2ª parte começou, e praticamente acabou, com o 2-0. O Aves deu "tilt", só não percebi se foi porque a equipa só sabe jogar em contra ataque ou, se foi o preço de um jogo a meio da semana, com prolongamento, penaltis e festa rija. Talvez tenham sido as duas coisas, o que é certo é que tivemos uma 2ª parte tranquila, até que Bas Dost somou o terceiro da noite.

Estava feito o resultado e agora Setúbal é a próxima paragem. Quem sabe se será o ensaio geral para a Final da Taça da Liga, mas pelo meio temos o primeiro de quatro embates com o FCP. Viva a abundância.

Comentários