Um murro no estômago

Bruno de Carvalho referiu-se ao empate de ontem como um "murro no estômago" que lhe causou um enorme sofrimento, extensível a toda a massa adepta do Sporting e ao grupo de trabalho, que no final do jogo estava visivelmente destroçado, alguns mesmo incrédulos, pois realmente é difícil perceber como é que aquilo foi possível.

Há que dizer que a 1ª parte deste jogo foi uma miséria. Houve uma altura em que aquilo parecia um jogo da 3ª divisão com inúmeros passes perdidos, muita confusão, tudo ao molhe e fé em Deus, com o árbitro a ajudar à festa, apitando a tudo o que mexia, pelo que os jogadores começaram a atirar-se para o chão por tudo e por nada e às tantas Fábio Veríssimo já não sabia o que é que havia de marcar ou quando é que devia deixar andar.

No final a única coisa que se aproveitou foi o golo do Sporting, que assim chegou ao intervalo ao ganhar por 1-0 sem ter feito muito para o justificar.

A 2ª parte foi totalmente diferente. O Sporting tomou conta do jogo. Só que o 1-0 é um resultado perigoso, a equipa estava a jogar no fio da navalha e não havia maneira de fazer o segundo golo, de tal forma que por volta dos 70 minutos o Vitória de Setúbal teve finalmente uma boa oportunidade de golo. O aviso estava dado.

Quando Couceiro resolveu finalmente correr alguns riscos, as oportunidades sucederam-se mas foram sendo desperdiçadas umas atrás das outras e no fim prevaleceu a velha máxima do quem não marca arrisca-se a sofrer, mas de uma forma verdadeiramente incrível.

Uma equipa com a experiência do Sporting não pode deixar-se surpreender a poucos segundos do fim de um jogo que está a ganhar por 1-0, por um pontapé para a frente nas costas da defesa. Como é que foi possível?

Quanto à questão das substituições que Jesus não fez, parece-me uma discussão descabida. O jogo estava controlado mas o resultado era perigoso, ele mexeu onde podia mexer e o resto como explicou no fim, só servia para queimar tempo. Não foi o treinador que falhou uma mão cheia de golos fáceis, nem foi ele que deixou o Edinho fugir.

Foi realmente um doloroso soco no estômago e veio na pior altura possível, pois agora a meia final da Taça da Liga só pode agravar a situação, ou quanto muito servir para aliviar a dor.









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