Se não fosse o VAR

Se a meia final da Taça da Liga tinha ficado marcada por algumas coisas inexplicáveis, a Final principiou de uma forma igualmente estranha, logo a começar pela nomeação de Rui Costa para este jogo, pois trata-se de um árbitro que consegue ser ainda pior do que Nuno Almeida, com a agravante de ser um daqueles que para além de ter pouco jeito para estas coisas do apito, conforme Jorge Jesus muito bem referiu, ser também um árbitro tendencioso que tem por hábito inclinar o campo, pelo que o Sporting entrou logo em desvantagem.

A dualidade de critérios deste artista foi visível durante todo jogo, em que apitava ao mínimo contacto para um lado e deixava jogar para o outro, enquanto em termos disciplinares basta olhar para o cartão amarelo mostrado ao William Carvalho por puxar um adversário no meio campo sadino, para depois não agir em conformidade em lances parecidos mas muito perto da área do Vitória, já para não falar naquele pontapé do Arnold em Fábio Coentrão. Para além disso há a referir um lance em que Rúben Ribeiro é tocado na área e que eu até concedo que ele não tenha marcado penalti, pois a queda parece-me tardia em relação ao toque e uma jogada em que Vasco Fernandes quase faz golo de cabeça, mas em clara posição de fora de jogo.

Do que eu não tenho dúvidas é que se não fosse o VAR teríamos tido ontem a segunda edição da Taça Lucílio Baptista, porque Rui Costa, como não podia deixar de ser, não viu aquela mão clara de Podstawski e mesmo com a ajuda do monitor, parece que teve algumas dificuldades, de tal forma que à semelhança de Jorge Jesus, cheguei a temer que se repetisse aquele episódio de Alvalade, onde este artista mesmo depois de ver duas vezes no monitor uma rasteira a Gelson Martins, recusou-se a marcar penalti. Desta vez não teve coragem para tanto porque uma mão é uma mão, mas mesmo assim não mostrou o correspondente cartão vermelho ao jogador do Vitória, que em cima da linha de golo defendeu com a mão uma bola que obviamente ia para golo, mesmo que o guarda redes também estivesse na jogada, pois ninguém pode garantir que ele defendia aquela bola que ia a entrar na baliza.

Curiosamente quem falhou o penalti que acabou por fazer a diferença foi Podstawski, ele que já nem deveria estar em campo nessa altura, mas o Nelson mesmo sem estar atrás da baliza deve ter conseguido desviar aquela bola para a barra e aquilo que tinha começado muito mal, acabou bem. Há coisas estranhas.

E por falar em começar mal, diga-se que aquela 1ª parte foi uma miséria, muito por mérito do Vitória de Setúbal que percebeu que estava numa final onde era preciso ganhar, surpreendendo o Sporting com uma estratégia ofensiva que ainda por cima foi premiada com um golo madrugador, mas mesmo a ganhar os setubalenses não se encolheram e houve alturas em que até parecia que tinham mais jogadores do que o Sporting, que perdia constantemente as segundas e terceiras bolas e não conseguia chegar lá à frente com perigo.

Compreendo que Jorge Jesus tenha resolvido dar algum descanso a Marcos Acuña, apostando no moralizado Bryan Ruiz, mas a troca não resultou pois o costariquenho é um jogador pouco agressivo, o que juntando ao facto da dupla William Carvalho/Bruno Fernandes também não ser muito forte nessa vertente do jogo, tornou o futebol do Sporting muito mole.

Por outro lado a entrada de Fredy Montero para a frente de ataque também não resultou, tal como a actuação de Rúben Ribeiro no lado direito não foi nada conseguida, o que levanta muitas questões em relação à ausência de Gelson Martins e me faz pensar que Daniel Podence vai continuar a ser muito útil apesar de todas estas contratações.

A verdade é que com tudo isto o Sporting não se podia queixar do resultado da 1ª parte, mas obviamente que Jorge Jesus percebeu que tinha de mexer e com as entradas de Marcos Acuña e Rodrigo Battaglia deu músculo à equipa, que acelerou o jogo e encostou o Vitória lá atrás, mesmo que Costinha tenha tido uma oportunidade flagrante para fazer o 2-0 logo no início da 2ª parte.

Foi aí que dei comigo a pensar que se aquela não tinha entrado íamos ganhar. Jorge Jesus lançou o seu último trunfo e Seydou Doumbia baralhou ainda mais a defesa sadina, embora tenha falhado uma recepção fácil num lance em que se poderia ter isolado, mas o golo adivinhava-se embora às vezes a bola parecesse não querer entrar, como foi o caso da jogada que acabou no penalti que Bas Dost converteu com a eficácia do costume.

O Vitória ficou à beira do KO, mas sobreviveu até ao fim com algum anti jogo à mistura, mas mesmo assim Bruno Fernandes esteve por duas vezes muito perto de consumar a reviravolta e lá fomos outra vez para os penaltis. Só que desta feita sem a ajuda do Nelson, o Rui Patrício não conseguiu defender nenhum, mas como o Sebastián Coates e o William Carvalho não falharam, quem se ficou a rir foi o  Jorge Jesus, que se atirou a quem criticou as suas escolhas. OK mister, reconheço que você é que treina com eles e que foi de homem insistir nos mesmos, mas confesso que até me arrepiei e que entre dentes vociferei "este gajo é mesmo maluco", e deve mesmo ser, pois se a coisa tivesse dado para o torto não era eu que ia ser o bombo da festa. Decide quem pode e ganha que sabe, cá por mim meto a viola no saco e faço-lhe uma vénia.

A vitória não foi brilhante, mas o mais importante era ganhar o caneco. Não que esta competição tenha muito valor, mas pelo peso que uma derrota teria na moral da nação sportinguista e principalmente no balneário.

Melhor do que assistir à festa que até foi comedida como não podia deixar de ser, foi saltar de canal em canal e degustar a azia dos comentadores de serviço. Como é possível que numa Final entre o Sporting e o Vitória de Setúbal pelo menos 80% do turno da noite fosse constituído por lampiões?

Comentários

  1. Parece que a azia continua, hoje foi por causa de um pastel de belém.
    Como diria alguém com o pastelinho atravessado na garganta mesmo que condimentado com muita paixão, "a vida é mesmo assim..."

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    1. Para empatarem com o Belenenses e com aquele árbitro, então é porque aquilo está mesmo muito mal

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